11 de fevereiro, de 2017 | 10:30

Documentário de estudantes do Ensino Médio é selecionado pela Febrace

No auditório lotado, os artistas entrevistados, familiares, amigos e demais estudantes da escola puderam conferir o resultado final de um trabalho que começou a ser elaborado em 2015

Wôlmer Ezequiel
Legenda: Com 12 horas de vídeo gravado, a edição do documentário condensou todo material em 29 minutosLegenda: Com 12 horas de vídeo gravado, a edição do documentário condensou todo material em 29 minutos
Com 29 minutos, o documentário “A Arte em Ipatinga”, produzido por três estudantes do Ensino Médio da Escola Educação Criativa revela ao público a visão de 13 artistas do município sobre a produção cultural na região, a paixão pela arte, valorização da cultura no Brasil, entre outros temas. O projeto recebeu destaque na escola e foi selecionado para competir na Feira de Ciências e Engenharia (Febrace).

Na última quinta-feira (09), o documentário foi exibido nas dependências da escola para um público bem especial. No auditório lotado, os artistas entrevistados, familiares, amigos e demais estudantes da escola puderam conferir o resultado final de um trabalho que começou a ser elaborado em 2015.

O produto audiovisual foi desenvolvido pelos estudantes Diego Carlos, Eduarda Pinho e Izabella Roque, com a coordenação da professora de arte Sínthia Oliveira. Os colegiais iniciaram os trabalhos quando ainda estavam no 1º ano do Ensino Médio.
Legenda: (esq.) Professora orientadora, Sínthia Oliveira, com os estudantes Diego Carlos, Eduarda Pinho e Izabella RoqueLegenda: (esq.) Professora orientadora, Sínthia Oliveira, com os estudantes Diego Carlos, Eduarda Pinho e Izabella Roque

Há quinze anos projetos desenvolvidos por estudantes da Escola Educação Criativa são selecionados para a Febrace, contudo, este ano a conquista teve um gostinho especial. Esta é a primeira vez que a instituição possui um trabalho na área de arte selecionado pela feira promovida pela Universidade de São Paulo.

A coordenadora do projeto, Sínthia Oliveira, destaca a boa surpresa do trabalho ter sido selecionado para um evento que, tradicionalmente, privilegia projetos voltados para as áreas das ciências exatas e biológicas. “Nós ficamos muito felizes quando soubemos do resultado. Com isso, a USP legitima um discurso que temos dentro da sala de aula. Pois, eu e meus colegas de trabalho sempre afirmamos que não existe um conhecimento melhor e maior que o outro, todos são importantíssimos para a formação humana”, acrescenta Sínthia.

O estudante Diego Carlos também se mostrou emocionado com a conclusão do trabalho. “Foi algo muito emocionante, e a seleção para a Febrace é gratificante. Surpreendeu não só nós alunos, pois este foi o único trabalho de Ipatinga a ser selecionado para esta feira que tem uma importância internacional”, ressalta.
Os responsáveis pelo trabalho homenagearam os artistas entrevistados ao fim da exibição do documentárioOs responsáveis pelo trabalho homenagearam os artistas entrevistados ao fim da exibição do documentário

Integrantes da banda Cumpadre Nestor, entrevistados no produto audiovisual, reafirmaram a importância de dar visibilidade e valorização aos artistas da região. Para o vocalista Fábio, o trabalho tratou com seriedade a arte em seus mais amplos aspectos. “Percebemos a magnitude que foi este trabalho. Assistindo este documentário pudemos ver a importância de valorizar as outras formas de arte que tem na nossa cidade, além da música. Os assuntos abordados foram bem interessantes”, destaca.

O outro membro da banda , Bill, ressalta que o documentário é uma forma de despertar a consciência de empresários da região. “É de grande valia que chegue nos empresários para que eles auxiliem no fomento da cultura na região, por meio de leis de incentivo, Lei Rouanet e até mesmo um incentivo privado”, afirma. O instrumentista Júlio também acredita “que o documentário tornou-se uma importante vitrine do trabalho dos artistas e do movimento cultura de Ipatinga”.

Construção do documentário
De acordo com Diego, até chegar na ideia final, o projeto passou por diversas reformulações. “Inicialmente nós pretendíamos fazer uma exposição para chamar atenção para estes artistas, depois mudamos o projeto para um mapeamento da cultura na cidade de Ipatinga. Contudo, percebemos que seria algo superficial e não conseguiria atingir os nossos objetivos e resolvemos mudar novamente. Daí veio a ideia do documentário, que deu o espaço e a visibilidade necessária para os artistas envolvidos”, pontua.

Segundo Eduarda, inicialmente, o projeto tinha um viés mais estatístico, com a proposta do produto audiovisual o trabalho ficou mais humanizado e ainda mais atraente. “Assim, nós pudemos ver e mostrar a vida dos artistas da cidade, a visão deles, as dificuldades e a motivação deles”, destaca.

Para Izabella, uma das estudantes responsáveis pelo projeto, produzir o documentário foi um desafio de superação. “Ano passado foi o meu primeiro ano na escola. No início tive que me empenhar muito para alcançar os meus amigos. Desenvolver um trabalho desses não é fácil, viramos madrugadas, corremos muito atrás dos artistas que também possuem vidas corridas, e além disso, tínhamos que dar conta do currículo da escola, mas depois de muita saia justa o resultado valeu a pena”, afirma.

A colegial também destaca como o desenvolvimento de trabalho em grupo colabora na interação e na melhoria das relações entre os estudantes. “No fim, vi que nós do grupo nos aproximamos muito. Hoje, somos muito mais ligados do que quando começamos o projeto. Não quero que esta conexão se perca jamais”, diz Izabella.

Preparação para a feira
A mostra dos projetos finalistas será realizada nos dias 21, 22 e 23 de março, na USP, em São Paulo. Somente da região sudeste, 150 trabalhos de diversas áreas de conhecimento foram selecionados.

Os estudantes e a professora orientadora do trabalho seguem nos preparativos da apresentação em uma das mais renomadas universidades do país.

O estudante Diego informa que, no momento, o grupo “está em um estudo intensivo, revisando as entrevistas para a conclusão do projeto que será mostrado na feira”.

Eduarda afirma que a expectativa para a feira são as melhores possíveis. “Estou confiante que dará tudo certo. Além da premiação, vejo que esta é uma oportunidade de expor o nosso trabalho e a realidade da cultura em Ipatinga para um grande número de pessoas”, salienta.
Grupo de dança formada por estudantes da escola também brindou a noite com um espetáculoGrupo de dança formada por estudantes da escola também brindou a noite com um espetáculo

Arte desde o começo
A Escola Educação Criativa possui Arte como disciplina obrigatória desde o Maternal I até o 3º ano do Ensino Médio. Para a coordenadora do Ensino Médio, Brunalice Oliveira, a disciplina é de extrema importância para a formação acadêmica e humana dos estudantes. “A Arte é cobrada em provas, como o Enem, e se o aluno não tiver uma boa base, ele não terá um bom rendimento nesta área”, destaca.

De acordo com a coordenadora, a disciplina de Arte, do mesmo modo que as demais, possui avaliações, trabalhos dentro do currículo escolar e projetos extracurriculares.

Para Brunalice, o documentário “A Arte em Ipatinga” é o resultado de anos da construção de conhecimento no campo das artes e que é um trabalho realizado efetivamente pelos estudantes. “Vimos um trabalho de alunos com a cara desses alunos, a professora Sínthia foi uma facilitadora deste trabalho, mas eles que executaram. Nós da educação Criativa acreditamos muito no aluno compartilhando conhecimento com aluno”, afirma.


Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário