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04 de fevereiro, de 2017 | 11:48

Ecos do clássico

Divulgação
O saudoso comentarista Osvaldo Faria dizia que “clássico bom é o que rende discussão uma semana antes e outra depois”. E é nessa toada que o clássico da última quarta-feira (1), no Mineirão, onde o Cruzeiro venceu o Atlético por 1 a 0, pode ser considerado um desses bons jogos a ser lembrado por muito tempo.

Começa pelo fato de que as autoridades de segurança resolveram dar uma resposta, um basta à ação dos marginais que se dizem torcedores, mas que não passam de baderneiros, vândalos e desocupados, cujo objetivo claro de ir ao estádio não é para torcer por algum time, mas sim, cometer crimes, aproveitando-se da fragilidade da fiscalização e das leis que deveriam ser mais severas e hoje geram a impunidade.

Depois de quatro anos de capitulação perante a bandidagem, eles se convenceram que deveriam agir com a máxima vontade, usando a técnica e inteligência, não a truculência, pois isso não resolve o problema. E assim tivemos duas torcidas no estádio, sem que fosse registrado um caso grave sequer envolvendo torcedores dos dois lados, o que nos leva a crer que a iniciativa deu resultado e pode vir a ser repetida nos próximos clássicos.

Precisa, sim, melhorar alguns aspectos da organização, como a chegada dos torcedores no estádio, pois o esquema adotado foi um desastre completo e muita gente só conseguiu entrar já com o segundo tempo em andamento. Isso aconteceu muito mais pelo horário de início da partida, 19h45, impróprio para um clássico desse tamanho, no meio de semana, quando a população voltava do trabalho para casa, o que contribuiu decisivamente para o caos registrado.

A volta das duas torcidas nos clássicos entre Cruzeiro e Atlético precisa ser aplaudida, reafirmada e comemorada, além da constatação definitiva de que este jogo, por sua grandeza e tudo o que envolve, só pode se disputado no Mineirão, e nunca no acanhado Independência.

Dentro de campo, o que se viu foi um verdadeiro “chocolate” do Cruzeiro no Atlético, só não vencendo por um placar dilatado em razão de falhas nas conclusões de seus atacantes, bem como a boa atuação de Giovani no gol atleticano, salvando sua meta em pelo menos três oportunidades.

O Cruzeiro começa a temporada superando as expectativas, e por vários motivos: manteve o treinador Mano Menezes e a base da equipe de 2016, além de ainda ter feito várias contratações de qualidade, por isso a torcida celeste tem motivos de sobra para ficar animada e acreditar que este ano será tudo diferente dos últimos dois que passaram.

O Prefeito de BH, Alexandre Kalil, prometeu em campanha que acabaria com a proibição esdrúxula de estacionar veículos nas redondezas do Mineirão. Além de liberar geral, Kalil ainda pilotou uma operação gigante de combate aos “flanelinhas”, que ficavam perambulando nas imediações e extorquindo os donos de veículos. A medida, é claro, agradou aos torcedores, e mostra que, quando há boa vontade, é possível resolver quase tudo.

O Campeonato Mineiro está de volta neste fim de semana, com destaque para o jogo de hoje do Cruzeiro, enfrentando o Tricordiano dirigido por Edinho, o filho de Pelé, às 17h, no Mineirão. Ontem o Galo foi a Muriaé encarar o Tombense, ainda sem vários titulares importantes. Na primeira rodada, o Tricordiano perdeu para o Uberlândia, mas o jogo foi em Muriaé, pois o clube ainda não conseguiu a liberação do seu estádio. Já o Tombense foi a Juiz de Fora e derrotou o Tupi por 1 a 0.

Parabéns à Federação Mineira, que acatou a ideia de Orlando Augusto, nosso ex-companheiro aqui na Rádio Vanguarda e apresentador do programa “Meio de Campo”, da Rede Minas, retransmitido na região pela TV Cultura/Vale do Aço. Semana passada, antes do jogo Cruzeiro x Villa Nova, no Mineirão, teve início uma série de homenagens a cronistas esportivos que foram para o andar de cima, sendo representados por seus familiares. Os primeiros lembrados foram Osvaldo Faria (Itatiaia), Felippe Drumond (Estado de Minas) e Fernando Sasso (TV Itacolomi/Itatiaia).

Tive o privilégio de conviver com todos eles, e os mais jovens, na maioria, não conhecem a história desses ícones da comunicação, que se confundem com a do próprio futebol mineiro. O narrador Fernando Sasso, gente boa demais da conta, foi quem criou o bordão “tá no filó”. Osvaldo Faria foi um dos maiores comentaristas esportivos do país e responsável pelo que é hoje a Rádio Itatiaia; e Felippe Drumond foi um mestre do jornalismo esportivo na acepção da palavra.

Vivemos um momento ímpar na história deste país, quem sabe até mais perto de contrariar a célebre frase de Tim Maia: “Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita”.

Mas, quando ainda vemos ministro do STF voando em avião de empresário, ou da presidência da Republica, então a gente entende porque o futebol imita a vida e não poderia ser muito diferente. Por isso é que homenagens assim, com o objetivo único de resgatar a memória daqueles, que sabidamente foram não só bons, mas brilhantes em suas carreiras profissionais, merece o nosso aplauso e respeito. (Fecha o pano!)
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