03 de fevereiro, de 2017 | 07:00
Médica que divulgou dados sigilosos de Marisa Letícia é demitida
Profissionais de medicina foram flagrados em comentários jocosos e antiéticos sobre estado de saúde da ex-primeira dama
No dia em que a ex-primeira-dama Marisa Letícia teve sua morte cerebral decretada, um escândalo abalou parte da classe médica do Hospital Sírio-Libanês, onde ela estava internada, em São Paulo. O hospital é uma referência.Conforme divulgado pela imprensa paulista nesta quinta-feira (2), uma médica reumatologista vazou informações sigilosas do diagnóstico da mulher de Lula a um grupo de médicos amigos no WhatsApp há 10 dias, horas após a internação de Marisa Letícia.
Pelo chat, a médica confirmou que dona Marisa estava no pronto-socorro com diagnóstico de AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico de nível 4 na escala Fisher (um dos mais graves).
A notícia se espalhou em outros grupos. No dia de sua internação, o boletim médico divulgado pelo hospital falava em hemorragia cerebral por ruptura de um aneurisma, mas não continha detalhes do diagnóstico.
Coincidência ou não, no mesmo dia, um outro médico (que nem sequer pertence ao Sírio-Libanês) postou no grupo do WhatsApp imagens de uma suposta tomografia de Marisa Letícia, mais tarde confirmada pela médica reumatologista. Com essa postagem começa o que, até profissionais da área médica classificam como "show de horrores".
Quando a médica diz que Marisa ainda não tinha sido levada para a UTI, um colega residente em urologia comenta: "Ainda bem!". A médica responde com risadas.
Outro médico do grupo também ironizou o quadro de dona Marisa: "Esses fdp vão embolizar ainda por cima", escreveu o procedimento de embolização provoca o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue em determinado local. "Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela", escreveu o médico.
O Hospital Sírio-Libanês emitiu nota oficial à imprensa dizendo que a médica reumatologista foi demitida. Conforme o jornal O Globo a reumatologista chama-se Gabriela Munhoz, tem 31 anos. "A demissão ocorreu porque, de acordo com o Código de Ética Médica, profissionais de saúde não podem permitir o acesso de terceiros a prontuários de pacientes.
A mensagem foi compartilhada pela profissional no grupo intitulado MED IX, referência à turma de formandos em medicina em 2009, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
Ódio político
O episódio envolvendo o vazamento de informações médicas sigilosas não foi o único em que pessoas demonstraram ódio em relação ao casal. Desde a divulgação das primeiras informações sobre a internação da ex-primeira dama, usuários das mídias sociais têm se dividido entre os que destilam "veneno político" em relação ao casal e os que não concordam com as manifestações de ódio em um momento de fragilidade de uma pessoa.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]