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30 de janeiro, de 2017 | 14:38

Os desafios em sala de aula

Ana Regina Caminha Braga

Nosso país apresenta dados preocupantes na educação. Segundo estatística divulgada em 2015 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o professor brasileiro chega a perder 20% do seu tempo em sala tentando colocar os alunos em ordem para, a partir daí, lecionar. Tais dados me preocupam, e devem ser levados em consideração não só pelos órgãos responsáveis, mas por toda a sociedade, para que medidas possam ser tomadas e esse quadro melhorado. Mas nós professores, também podemos adotar medidas para melhorar a situação.

Planejar o que pretende ser executado em sala e tentar prever esse tipo de situação pode facilitar a tarefa do professor no dia a dia. Desde as primeiras séries é fundamental ao docente ter um planejamento de aula, por exemplo, quando um aluno termina sua atividade antes da turma, naquele momento o professor deve ter algum tipo de atividade que possa entretê-lo enquanto os demais finalizam a mesma tarefa. Essas atitudes evitam que o aluno fique muito tempo desocupado e acabe tirando o foco dos demais.

Várias estratégias podem ser pensadas para facilitar a vida do professor em sala. Quando ele percebe que existe em sala um aluno mais ativo que os demais, uma boa estratégia é convidá-lo para ser seu ajudante em sala, para auxiliá-lo em determinadas tarefas, assim a criança fica mais concentrada na nova função. Os professores devem ter bem claro o seu papel e demonstrar autoridade em sala, não autoritarismo, mas sim, respeito.

Esse tipo de pesquisa ajuda a mapear não só o ambiente de aprendizagem, como as condições de trabalhos dos docentes, para que assim possam redefinir políticas e adequá-las para o desenvolvimento da educação brasileira. O Brasil é, hoje, o país que mais perde tempo de aula, já que a média apontada pela OCDE é de 13%, enquanto atingimos os 20%, e isso precisa ser analisado e melhorado.

Outro dado que chama a atenção na mesma pesquisa diz respeito à violência praticada contra professores. O país também lidera o ranking em casos de intimidação verbal de docentes. São problemas sérios, que em algum momento da vida acadêmica precisaremos enfrentar. Não podemos negar que eles existem, mas temos que trabalhar para que essa realidade melhore. A falta de respeito e a agressão em sala a cada dia se tornam mais recorrentes, e uma das únicas possibilidades de cessarmos o problema é a prática de punição, policiamento e leis que possam amparar tais situações.

* Escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar. E-mail: [email protected].

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