
28 de janeiro, de 2017 | 11:38
Bola rolando
Com a estreia do Atlético, ontem, no Independência, enfrentando o América-TO, começou mais uma edição do Campeonato Mineiro, que vai se arrastar até 29 de maio. Para hoje é aguardada a vez do Cruzeiro, que vai estrear contra o Villa Nova, no Mineirão.Apesar dos pesares, da fórmula atual ser imprópria, da divisão das receitas provenientes dos direitos de transmissão prejudicar, sobretudo, os clubes do interior, e dos estádios ruins, o nosso estadual ainda pode ser considerado o melhor do país, devido ao número de clubes (12) ser menor do que a maioria dos monstrengos espalhados pelo país.
Ao contrário de muitos colegas respeitáveis da crônica, não sou a favor da extinção pura e simples do Campeonato Mineiro, mas sim, de uma reformulação profunda em toda a estrutura existente.
No ano passado, contrariando todas as previsões, o América sagrou-se campeão superando a dupla Rapo-Galo, o que não significou ganho algum para o Coelho, que logo em seguida fez uma campanha pífia no Brasileiro e foi rebaixado à Série B do nacional.
A divisão desigual da verba proveniente da TV é o que gera esse desequilíbrio entre os concorrentes, a favor dos três grandes” da capital, onde os clubes do interior nem sequer conseguem ser coadjuvantes, e quando muito se tornam meros participantes sem almejar nada além de não serem rebaixados.
Os atores principais que poderiam mudar e melhorar o quadro caótico atual - Atlético, Cruzeiro, América, FMF e Rede Globo -, estão satisfeitos com os ganhos milionários obtidos e nada fazem, valendo-se da fraqueza, desunião e falta de liderança dos oprimidos clubes do interior.
Com raríssimas exceções, como nos casos do Tupi, de Juiz de Fora, Caldense, de Poços de Caldas, o cigano” Boa Esporte e, às vezes, o Villa Nova, de Nova Lima, os demais clubes do nosso estado são meras agremiações de verão”, assim chamadas por ficarem em atividade em média apenas três a quatro meses no ano.
Caso houvesse vontade de mudar para estabelecer uma competição mais moderna, equilibrada, atrativa e justa, estes protagonistas citados, com a liderança da Federação Mineira, poderiam convocar um seminário com a participação de todos os clubes filiados, onde seriam discutidas as alterações de maneira consensual, contemplando os interesses da maioria.
O ideal seria acabar com o atual sistema de divisões, implantado na década de 1960 pelo Coronel José Guilherme já falecido -, e que seria substituído por competições regionais que durassem o ano todo. Desses torneios sairiam classificados oito ou dez clubes, que iriam se juntar a Atlético, América e Cruzeiro, para então disputar o título estadual. Parece simples, mas vá entender a cabeça dos nossos cartolas.
Acabou em final feliz a novela para a contratação do volante Elias, 31 anos, pelo Atlético. Na noite da última sexta-feira, o presidente Daniel Nepomuceno tuitou confirmando a contratação do jogador junto ao Sporting de Portugal, com o clube tendo de desembolsar cerca de R$ 8,5 milhões.
Claro que se trata de um grande jogador, em nível de seleção, mas o torcedor do Galo ainda cobra a contratação de mais um volante, com características diferentes, de pegada mais forte, diferente do estilo de Rafael Carioca e Elias, uma espécie de brucutu para proteger a zaga, que foi o ponto fraco da equipe na temporada passada.
O Cruzeiro, que estreia hoje depois de um 2016 ruim, ainda não será o que a torcida sonha, pois a principal contratação, o meia Thiago Neves, ainda depende da regularização de sua documentação para poder atuar.
A torcida celeste está animada com a expectativa de novamente conquistar títulos importantes, o que não ocorre há duas temporadas, pois os novos contratados são jogadores que despertam algum otimismo, casos do zagueiro Luis Caicedo, ex-Independente Dell Vale, titular da seleção do Equador; do lateral Diogo Barbosa, ex-Botafogo; do volante Hudson, ex-São Paulo, além da estrela da companhia, Thiago Neves.
Joguinho muito estranho foi este da última quarta-feira, onde a Seleção Brasileira derrotou a Colômbia por 1 x 0. Só para começar, o Engenhão” estava praticamente vazio. Pelo menos foram arrecadados cerca de R$ 10 milhões, contando, além da renda da partida, com a verba de publicidade transferida pela televisão.
O que achei mais estranho ainda foi o anúncio, feito pelos organizadores deste Jogo da Amizade”, informando que todo o dinheiro arrecadado será repartido somente com os familiares dos jogadores e funcionários da Chapecoense. Por que excluíram os familiares das outras vítimas, jornalistas, cinegrafistas, técnicos de som e radialistas, que também morreram na tragédia? A fatalidade atingiu a todos indistintamente, ou não? (Fecha o pano!)
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