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27 de janeiro, de 2017 | 16:17

Veto ao Independência

Divulgação
Depois das reformas dos estádios no Brasil para a realização da Copa do Mundo, há uma tendência de emissão de laudos para tentar limitar a presença do torcedor nos estádios. Aos poucos estão conseguindo fazer isto, e vão conseguir, em um futuro bem próximo, proibir o torcedor de ir ao campo, e obrigá-lo a ficar em casa assistindo o seu time do coração e comprar um pacote de jogos pela TV. E depois certamente virão outras medidas para acabar com a prática do futebol no Brasil.

Este laudo elaborado pela Polícia Militar não é o que o torcedor quer, ou seja, o prazer de estar no estádio, vibrando com a sua equipe. Claro que entendemos que a segurança pública não consegue resolver os problemas de violência, pois faltam leis e condições para os policiais. A falência do sistema e do país já não está tão longe assim de acontecer, e aí veremos aqueles filmes de ficção do fim do mundo ocorrendo no Brasil.

Ficou definido no laudo que o Atlético não poderá mandar seus jogos no estádio Independência contra Cruzeiro, Flamengo, Corinthians, São Paulo, Internacional e até mesmo contra Atlético Paranaense e Sport Recife, duas equipes medianas do futebol brasileiro. Mas fica uma dúvida: quem é que irá pagar o prejuízo da BWA e do Atlético, que têm um contrato de utilização do estádio Independência?

Como o assunto repercutiu em todo o país, me bateu a curiosidade de ler alguns comentários de colegas da imprensa, e chamou-me a atenção a avaliação feita no blog do jornalista Chico Maia, onde o torcedor alerta que a Minas Arena tem que conseguir um lucro mensal de 3 milhões de reais no estádio, caso contrário o governo de Minas tem que cobrir a diferença para garantir este lucro. E assim, com a obrigatoriedade de o Atlético jogar no Mineirão, o estado ficaria livre deste pagamento.

A alegação oficial é que há um grande tumulto em jogos de maior público, e com torcidas consideradas rivais. Como a segurança pública não consegue aplicar a lei de prender e proibir o acesso dos baderneiros aos estádios, a melhor maneira é transferir os jogos e esquecer os verdadeiros motivos da violência em campos de futebol. Nenhum torcedor que esteve em conflitos em estádios e tenha sido condenado respeita a lei. Eles continuam travando verdadeiras
batalhas. E com o caos instalado, a solução é transferir os jogos e esquecer os baderneiros.

Vejam o exemplo da bebida alcoólica nos estádios, é a mesma situação que encontramos hoje. É mais fácil proibir o consumo da cerveja do que eliminar os que criam problemas nos estádios. Numa partida em Recife, um desvairado jogou um vaso sanitário em um grupo de torcedores e um deles morreu. Neste caso, eliminariam todos os banheiros dos estádios ou puniriam o cidadão que cometeu a barbaridade?

Para mim, a pior decisão foi que, na partida contra o mais desconhecido dos times argentinos, o Godoy Cruz, o Atlético terá que levar o jogo para o Mineirão, por se tratar de uma equipe argentina que ninguém conhecia, até chegar a informação da Conmebol.

Também fica uma dúvida com relação aos adversários: Por que as partidas contra Palmeiras e Vasco podem ser no Independência, mas contra Sport Recife e Atlético Paranaense não podem? Diante de toda a polêmica criada, na próxima terça-feira haverá uma reunião entre a diretoria do Atlético e o comando da Polícia Militar, que já afirmou só mudará o laudo se houver um fato novo, e este fato novo não será entregue pelo Atlético.

Há uma solução para o clube, ou seja, começar a mandar os jogos de maior apelo para o torcedor fora de Belo Horizonte, ou seja, em Uberlândia ou em Varginha, e essa alternativa poderia até apressar o término da reforma do Ipatingão. E com isto, ainda beneficiaria o torcedor do interior.

Mas o que o Atlético precisa apressar é a captação de investidores para construir o seu estádio e abandonar totalmente o Independência. Assim, o espaço ficaria às moscas, recebendo só jogos do América, no Campeonato Mineiro e na série B do Brasileiro. Com isto, a cidade perderia recursos, os moradores nas imediações ficariam felizes, o futebol naquela região perderia o charme e, com o tempo, o estádio Independência teria outra função que não fosse o futebol.

IPATINGÃO
No Ipatingão, também aconteceram problemas de liberação para a capacidade total de público, impasse que persiste até hoje. Primeiro determinaram a construção de vários portões para facilitar a saída dos torcedores, em caso de tumulto. Depois, sem justificativa, exigiram a descaracterização do estádio com a retirada de algumas cadeiras.

E o único resultado foi um péssimo visual, que está lá até hoje, sem nenhuma solução prática. Em caso de tumulto, ninguém vai procurar se organizar para sair do estádio. Assim, concluímos que são medidas que não trazem nenhum benefício ao torcedor.

MINEIRO
Começa neste sábado o campeonato mineiro. O Atlético vai receber o América de Teófilo Otoni no Independência, a partir das 17h. E sem desmerecer o adversário, a responsabilidade da vitória é do Galo, principalmente pela qualidade do elenco.

O treinador Roger Machado vem tentando achar substitutos para os volantes que deixaram o clube, e Lucas Cândido e Cazares deveriam compor o setor com Rafael Carioca. Mas acontece que Lucas Cândido se machucou e poderá ficar até oito meses ou mais afastado.

O comandante já deixou claro que não pretende escalar juntos Fred e Lucas Prato, e com isso deve arrumar alguns problemas, pois nenhum dos dois jogadores deseja ficar na reserva. A propalada proposta da transferência de Lucas Pratto não se concretizou e, com isto, o argentino deve começar a temporada na reserva.

O Villa Nova definiu o Mineirão como seu outro mando de campo, e recebe o Cruzeiro no domingo. Apesar da expectativa do torcedor celeste, o Al-Jazira vem complicando a liberação de documentos e o meia Tiago Neves não poderá fazer a sua estreia. Mano Menezes, nos próximos dias, terá de fazer uma escolha difícil: promover o retorno de Fábio ou manter Rafael no gol?

LEMBRANÇAS
Rubinho Maia foi um dos grandes dirigentes esportivos do Vale do Aço. Quando presidia o Clube Casa de Campo, criou o Torneio Regional no clube, que se tornou o mais tradicional no interior do Estado de Minas Gerais. Vários atletas surgiram lá para o futsal, e ainda formou boas equipes para disputar o Campeonato Mineiro, sem contar a presença da seleção brasileira de futsal.

Foi com base nesta competição que surgiu o Copão de Futsal em Ipatinga, que também alcançou enorme sucesso. Parabéns a este grande dirigente pelo legado que deixou para o nosso esporte regional.
Contato com a coluna: [email protected].
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