26 de janeiro, de 2017 | 17:48
Operação Perfídia passa para a 3ª fase, em Belo Oriente
Na conclusão da 2ª fase da Operação Perfídia, cinco ex-funcionários fantasmas da Prefeitura de Belo Oriente foram presos
Fernando Cézar
Representantes do Gaeco fazem balanço da Operação Perfídia , apresentam resultados da 2ª fase e anunciam a 3ª fase, em Belo Oriente

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), formado pelo Ministério Público e as Polícias Militar e Civil divulgou, nessa quinta-feira (26), que a Operação Perfídia segue para a 3ª fase de investigação em Belo Oriente. Agora, vai investigar novos casos de corrupção dentro da Prefeitura de Belo Oriente na gestão do ex-prefeito Pietro Chaves.
Como noticiado pelo Diário do Aço, na terça-feira (24), a operação prendeu cinco pessoas temporariamente, por ordem da Justiça da Comarca de Açucena. Três pessoas, entre elas membros do escalão de confiança do ex-prefeito, já haviam sido presas preventivamente, no fim do ano passado, entre elas o vereador Disson (PMN), que recebeu o habeas corpus e assumiu o cargo logo depois de sair da prisão.
A promotora de Justiça de Açucena, Renata Cerqueira Rocha, esclarece que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara de Belo Oriente, apontou 23 envolvidos no esquema dos funcionários fantasmas da administração municipal. No entanto, este número aumentou para 89 com as investigações do Gaeco. De fato, a comissão não apurou o nome de todos os envolvidos, porém, na medida em que algumas pessoas foram ouvidas pelo Gaeco iam apontando outras e, além disso, também obtivemos documentos comprovando a existência de mais funcionários fantasmas”, destaca a promotora.
O delegado de Polícia Civil, Gilmaro Alves, salienta que a maioria dos investigados têm comprovada ciência e participação na estratégia de corrupção e apenas três pessoas não tinham o conhecimento do esquema. Nomes de funcionários semianalfabetos foram usados na fraude. Alguns possuíam salários de até R$ 3 mil e este dinheiro caía em contas de pessoas vinculadas ao setor de Pessoal da Prefeitura”, informa o delegado.
Como exemplo, foi divulgada no relatório da CPI a situação de um servidor que trabalhava como coveiro e possuía sete matrículas no RH da Prefeitura, entre elas as de cargos de advogado e gerente de departamento.
Esquema
O promotor de Justiça e coordenador do Gaeco, Bruno Schiavo, destaca que, agora, na 3ª fase, a operação dá início às investigações de outros esquemas de fraudes e desvios de dinheiro do erário. Outras coisas também foram aparecendo e serão apuradas. Até o momento, pelo que está consolidado, nós contabilizamos aproximadamente o desvio de R$ 800 mil”, destaca.
O delegado Gilmaro Alves adiantou que outro modo de desvio de dinheiro investigado na Prefeitura de Belo Oriente envolve as licitações fraudadas. Alguns empresários ouvidos confessaram a participação em processos licitatórios ilegais e, inclusive, realizaram a devolução do dinheiro pago pela prefeitura”, pontuou.
O comandante da 12ª RPM, coronel Edvânio Carneiro, salienta que a 2ª fase operação foi concluída, mas o Gaeco continuará com as investigações até que todas as situações estejam devidamente averiguadas”, conclui.
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