
19 de janeiro, de 2017 | 17:17
O fim da novela Marcelo Cabo
A diretoria do Atlético-GO decidiu manter no cargo o treinador Marcelo Cabo, que foi encontrado em um motel na segunda-feira (16), após passar 40 horas desaparecido. O diretor Adson Batista convocou uma entrevista coletiva com a imprensa na quarta-feira (18) para anunciar a permanência do treinador.Ele sabe que vai trabalhar na corda bamba, sem margem para erro. Pensando no clube tomamos a decisão, lembrando o histórico do treinador. O grupo foi unânime em abraçar o Marcelo. Ele sabe que errou e está arrependido. Ele me comunicou que teve uma discussão familiar e um surto.
Disse que bebeu muito e que já passou por essa situação. O Marcelo foi verdadeiro, não escondeu nada. Agora vai depender dele. Vamos dar a chance, mas ele sabe que não será fácil”, disse Adson, que mesmo mantendo Cabo no cargo, admitiu que não irá tolerar outros problemas de comportamento dele.
Eu não temo as piadas que surgem no futebol. O Marcelo sabe que não pode mais errar. Ele cavou a própria sepultura, mas vamos dar-lhe uma segunda chance”, concluiu Adson Batista.
Entenda a história
Por volta das três horas de domingo (15), Marcelo Cabo saiu de carro do prédio onde vive no Jardim Goiás, em Goiânia, e não levou o celular. Meia hora antes ele conversara por telefone com o filho, no Rio de Janeiro, e disse que estava tudo bem.
O sumiço virou um mistério. O tenente-coronel da PM-GO, Wellington Urzêda, se envolveu na investigação. Na tarde de sábado ele esteve no amistoso do Atlético, esteve na resenha com amigos e foi para casa de carro, sozinho.
Estacionou em frente ao prédio onde mora, às 2h. Subiu e ficou uns 40 minutos, conversou com a família, assuntos familiares. Saiu sem a carteira e o celular. E desde 3h02 não foi mais visto, nem o carro dele, um Palio Attractive branco, placas PQF-8288”, disse Urzêda.
As contas bancárias de Marcelo Cabo foram verificadas, e não houve débitos no cartão que ele portava. Imagens das câmeras de segurança do apartamento onde ele mora foram usadas na investigação. Na tarde de segunda-feira, cerca de 40 horas após sumir, ele foi encontrado em um motel.
Natural do Rio de Janeiro, Marcelo Cabo, 50 anos, começou a carreira como treinador em 2004, pelo Bangu. Depois, passou por times do Brasil e do Oriente Médio. Ele foi auxiliar de Jorginho no Vasco e observador no primeiro trabalho de Dunga como técnico da seleção brasileira, em 2010.
Marcelo trabalhou no Ceará em 2015 e foi contratado pelo Atlético-GO em maio de 2016, levando o time ao título da Série B do Campeonato Brasileiro, com dez pontos de vantagem sobre o Avaí. Foram 38 jogos, com 22 vitórias, 10 empates e seis derrotas.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]