16 de janeiro, de 2017 | 21:00

Ipatinguense que atua na Chape embarca para o Catar

Já tem cerca de um mês que começaram os trabalhos visando a participação na disputa da Taça Prata

O centroavante ipatinguense, Gabriel Pimentel Silveira, disputará pela Chapecoense sub-17 a Taça Prata, que é um torneio internacional que ocorrerá no Catar, no Oriente Médio, realizado pela emissora de TV Al Kass. O campeonato terá vários clubes do mundo, como Real Madrid, Paris Saint-Germain, Bayern de Munique e Roma. A equipe catarinense embarca nesta terça-feira (17) e receberá, na abertura da competição, uma homenagem pelos organizadores do evento.

Em entrevista ao Diário do Aço, Gabriel revelou que está contente por disputar o torneio, vestindo a camisa da Chapecoense. “Muito feliz e agradecido por ter a oportunidade de representar o time após a tragédia que ocorreu em novembro com o voo da Chapecoense”, afirma.

Entretanto, essa não será a primeira competição internacional da qual Gabriel participa em sua carreira. O atleta disputou, no ano passado, a Golden League, realizada na França, e foi campeão invicto pela Chapecoense, conquistando o primeiro título internacional da base do clube catarinense. Durante essa competição, a equipe ganhou os cinco jogos que disputou, marcando 16 vezes e sofrendo apenas um gol.



Gabriel informou que já tem cerca de um mês que começaram os trabalhos visando a participação na disputa da Taça Prata. “A preparação está muito boa. Já faz um tempo que estamos nos preparando. Começamos o treinamento para esse torneio assim que ficamos sabendo, em dezembro, que o disputaríamos. Vamos demonstrar o valor da Chape no Catar e para o mundo”, ressalta.

Em relação à situação emocional do time profissional da Chapecoense, Gabriel percebe que a equipe ainda está muito abalada por causa da tragédia recente. “Difícil falar que a equipe voltou ao normal após a queda do avião. Precisará de muitos anos para que os jogadores voltem ao normal”, lamenta.

Sonho
Gabriel revela que seu sonho é jogar no futebol inglês e acredita que um dia poderá fazer muitos gols pela Europa. “Meu sonho é me tornar um jogador profissional de futebol. Mas também tenho sonho de disputar a Première League, que é um campeonato da Inglaterra, do qual aprecio muito o estilo de jogo”, disse. O ipatinguense também não escondeu que possui como objetivo de um dia vestir a camisa amarela da seleção, assim como a maioria dos jogadores brasileiros jovens.

Histórico
O pai do Gabriel, Sérgio Silveira, contador, explicou para o Diário do Aço que seu filho, sempre gostou de jogar futebol e chamava atenção de muitas pessoas por causa do seu talento e um comportamento tranquilo e comprometido. “O Gabriel manifestava vontade de jogar bola desde novo. Ele sempre foi considerado acima da média por onde passava. Destacava-se muito entre os garotos de sua faixa etária”, disse.

A história de Gabriel no futebol teve um fato marcante. Quando morava no bairro Iguaçu, em Ipatinga, Sérgio conta que uma vez pegou Gabriel no colo, aos três meses, e falou brincando para ele, sem qualquer pretensão, que o menino seria jogador de futebol quando crescesse.

Entretanto, Sérgio não imaginava que essa brincadeira iria se tornar realidade. Ao longo do crescimento de Gabriel, as pessoas começaram a dizer para Sérgio e para sua esposa, Sara Pimentel, que investissem na carreira de Gabriel. Até chegar o momento que Sérgio e sua esposa decidiram realmente acreditar no sonho do filho.

O pai conta que Gabriel deve ter herdado o talento do avô materno, que jogava futebol quando mais novo em Antônio Dias, cidade natal da mãe de Gabriel. “Tem essa linhagem genética, de um parente próximo”, comenta.


Sérgio acrescenta que Gabriel saiu de Ipatinga quando tinha cerca de quatro anos e a família foi morar no Sul do Brasil. Começou jogando futsal na Chapecoense. Depois disso, o ipatinguense passou pelo Esporte Clube Canarinho, de Concórdia (SC), Laboratório do Atlético Paranaense (PR), Vila Nova de Passo Fundo (RS), Selectt Gold - Jovens Talentos e Osvaldo Cruz Futebol Clube (SP). Além disso, o atleta fala em sete idiomas: português, inglês, francês, espanhol, italiano, alemão e árabe.

Projeto Social
No futuro, Gabriel pensa em criar um projeto social em sua terra natal, Ipatinga, para ajudar as crianças que são apaixonadas pelo futebol. “A princípio não decidi o nome do projeto. Mas quero criar uma instituição para minha terra natal, que vai ajudar aquelas crianças que possuem o sonho de treinar futebol, mas não têm condições. Será como uma escolinha de futebol”, explica o jogador.