16 de janeiro, de 2017 | 08:04

Surto de febre amarela em Minas Gerais deixa estado do Espírito Santo em alerta

Morte de dezenas de macacos na região de Colatina, noroeste do Estado levanta suspeita que surto tenha relação com tragédia da mineração em 2015

Divulgação
Macaco barbado, encontrado morto no estado do Espírito Santo, em área considerada, até agora, livre da febre amarelaMacaco barbado, encontrado morto no estado do Espírito Santo, em área considerada, até agora, livre da febre amarela

A Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo registrou a morte de 54 macacos por suspeita de febre amarela nas regiões Sul e Noroeste do estado desde o início do ano. O número, no entanto, pode chegar a 80, com a confirmação de outros casos.

Parte das mortes ocorreu em Colatina, a 220 quilômetros de Governador Valadares, sede de uma das quatro regionais de saúde que tiveram decretado situação de emergência, pelo governador Fernando Pimentel (PT), depois do registro de 38 mortes de pessoas por suspeita da doença.

A morte dos primatas no território capixaba deixou em alerta máximo as autoridades de saúde do estado do Espírito Santo, até agora considerado fora da zona de risco da febre amarela.

Ocorre que, óbitos em grande número de macacos em curto período de tempo são considerados como indício da ocorrência da febre amarela e funciona como alerta para evitar que a doença atinja humanos.
Apesar da morte dos animais, o Espírito Santo ainda não é considerado área de incidência da doença, conforme informações da Secretaria de Estado da Saúde.

As outras três áreas que tiveram situação de emergência decretada pelo governador Fernando Pimentel Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Coronel Fabriciano (Vale do Aço) e Manhumirim (Zona da Mata) também não estão distantes do Espírito Santo. Ao todo, o decreto envolve 152 cidades.

Para bióloga, surto de febre amarela pode ter relação com catástrofe da mineração em Mariana

Para a bióloga da Fiocruz Márcia Chame, o aumento de casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais pode estar relacionado à tragédia da mineração em Mariana, em 2015.
Cena da área do desastre da mineração em MarianaCena da área do desastre da mineração em Mariana


A hipótese tem como ponto de partida a localização das cidades mineiras que identificaram até o momento casos de pacientes com sintomas da doença. Grande parte está na região próxima do Rio Doce, afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão, em novembro de 2015.

“Mudanças bruscas no ambiente provocam impacto na saúde dos animais, incluindo macacos. Com o estresse de desastres, com a falta de alimentos, eles se tornam mais suscetíveis a doenças, incluindo a febre amarela”, afirmou a bióloga, que também coordena a Plataforma Institucional de Biodiversidade e Saúde Silvestre na Fiocruz.

“Isso pode ser um dos motivos que contribuíram para os casos. Não o único”, completa. Márcia observa que essa região do Estado já apresentava um impacto ambiental importante, provocado pela mineração. “É um conjunto de coisas que vão se acumulando”, disse.

Além dos casos em Minas Gerais, o município de Colatina, onde foram registrados casos de óbitos de macacos com suspeita de febre amarela, também fica na rota do rio Doce, destruído pela catástrofe do rompimento da barragem da mineradora Samarco/Vale/BHP em2015.

Como ocorre a transmissão do macaco ao homem

Na floresta, o vetor da febre amarela é o inseto Haemagogus. Ao picar um macaco contaminado, o mosquito recebe o vírus e, por sua vez, passa a transmiti-lo nas próximas picadas.
“Mudanças bruscas no ambiente provocam impacto na saúde dos animais, incluindo macacos. Com o estresse de desastres, com a falta de alimentos, eles se tornam mais suscetíveis a doenças\“Mudanças bruscas no ambiente provocam impacto na saúde dos animais, incluindo macacos. Com o estresse de desastres, com a falta de alimentos, eles se tornam mais suscetíveis a doenças\", explica bióloga


Quando um homem sem efeitos de uma vacina entra nesse ambiente, ele também pode fazer parte do ciclo: transmitir ou ser infectado pela picada do mosquito.

Essa corrente aumenta quando animais, por desequilíbrios ambientais, deixam seus ambientes e passam a viver em áreas mais próximas de povoados ou cidades. “Com o desmatamento, animais também se deslocam, aumentando o risco de transmissão.”

Para a coordenadora da Fiocruz, a curto prazo a medida a ser adotada é reforçar a vacinação nas áreas de risco. O imunizante, embora seguro, deve ser aplicado de acordo com as recomendações de autoridades sanitárias e, em caso de pacientes com doenças que afetam o sistema imunológico, de acordo com a orientação do médico.

Resposta
A Fundação Renova, criada pela Samarco para coordenar ações de reparação na área atingida pelo desastre de Mariana, não se manifestou sobre as declarações da bióloga da Fiocruz. Por meio de nota, informou estar em curso um diagnóstico sobre a biodiversidade na região. “Todas as informações que tenham aderência às ações em andamento serão incorporadas pela Fundação” (Com informação do jornal Estado de São Paulo)
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Comentários

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Carlos Roberto da Silva

16 de janeiro, 2017 | 14:45

“sou pescador do Rio doçe a 25 anos ! e conheço bem a area de mata atlãntica em nossa regiaõ de Revés do Belém ; parque estadual do Rio doçe, pelo que eu endendo a lama da samarco não afetou area da mata , a maior reserva de mata atlantica do estado de minas gerais , ela esta intacta, e os animais silvestre principalmente os primatas ou seja os macacos eles estão bem de saude , mim diz uma coisa o que tem aver mortes dos peixes com vida e saude dos macacos , pelo que eu entendo macaco não come peixes , para ter perdido seu alimento para emigrar para o meio de cidades vizinhas em busca de alimentos a mata onde os macacos vive esta do mesmo geito de antes do rompimento da barragém de mariana, se fosse por causa de rompimento da baragém de mariana aqui em réves do belém e regiaõ a lama passou so na calha do Rio doçe , mais um lembrete macacos pelo que eu sei não são aquaticos para depender de alimentar de peixes, os peixes morreram quem ficou prejudicados foi o homem devidos suas atividades que era vinculada aõ Rio doçe eu sou leigo em biologia mais essa ipotese de surto de febre amarela ter associação com rompimento da barragém de mariana . é até um pecado dizer uma coisa dessa de ter como impacto socio ambiental é como pegar carona na tragedia , a samarco ja esta na luta para ajudar as vitimas do rompimento, e agora aparese mais esta”

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