13 de janeiro, de 2017 | 18:30

As muitas marcas de Francisco

Paula Guimarães

Nas primeiras semanas de março de 2013, os olhos do mundo miravam a Praça de São Pedro, em Roma, para a chaminé de onde sairia a fumaça branca que anunciaria o novo papa. No dia 13 daquele mês, ouviu-se o “Habemus Papam”, a frase que confirmava ao povo cristão: “Temos um papa”.

Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa no segundo dia do conclave. O primeiro papa latino-americano! Conhecido por todos em seu país como uma pessoa de hábitos simples e grande amor pelos pobres, suas primeiras palavras foram um pedido: Orem por mim! Naquele momento, gente de todas as religiões começou um caminho de descoberta deste homem de grande carisma.

Ao escolher o nome Francisco, ele lembrou que, no momento que a votação começava a dar sinais de que seria eleito Papa, o Cardeal Dom Cláudio Hummes, seu amigo brasileiro, disse a ele: “Não se esqueça dos pobres”. Ele guardou a palavra para si e escolheu o nome Francisco. E ao falar de sua escolha, afirmou que queria uma “Igreja pobre e para os pobres”.

Atitudes que dizem mais do que as palavras! Um papa tão “próximo” das pessoas, cujo segredo para manter a energia aos 80 anos está, segundo ele mesmo, em rezar e depois dormir bem, como uma pedra. Um homem de bom humor - às vezes o vemos dando gargalhadas, aproximando os jovens e crianças que não querem sair do lado dele.

Em uma entrevista, ele afirmou que às vezes pode ficar cansado, mas nunca estressado ou deprimido: "O senso de humor é uma graça que peço todos os dias. [Ele] te alivia, te faz ver o provisório da vida e lidar com as coisas com um espírito de alma redimida, é uma atividade humana, mas é a mais próxima de Deus".

Ele é um papa que também chora com a dor dos povos sofridos, e sempre pede para orar por eles, assim como pelas autoridades mundiais, para que tomem providências em relação a todas as situações de exclusão, guerras, os que sofrem com a imigração, e morrem atravessando mares revoltos. Também o vemos acolhendo esses imigrantes, mostrando que é possível construir um mundo melhor se cada um fizer a sua parte.

O papa argentino tem horror à " falsa admiração de bajuladores". Para Francisco, bajular o outro é usar uma pessoa para um fim, escondido ou aparente, para obter algo para si mesmo, e por isso é indigno. Em julho passado, na Vigília da Jornada Mundial da Juventude, falou: “Queridos jovens, não viemos ao mundo para ‘vegetar’, para transcorrer comodamente os dias, para fazer da vida um sofá que nos adormeça; ao contrário, viemos para deixar uma marca. É triste passar pela vida sem deixar uma marca”.

Depois, em outubro, disse às famílias: “A vida tem muitas fadigas. Mas o que mais pesa na vida é a falta de amor”. “Pesa não receber um sorriso, não ser acolhido, pesa um certo silêncio… Sem amor a fadiga torna-se mais pesada, intolerável”.

O Papa Francisco completou 80 anos de idade no dia 17 de dezembro. Um homem que poderia gozar de um merecido descanso, permanece ativo na missão que recebeu e, assim, segue fazendo a diferença nos dias de hoje.

*Paula Guimarães é jornalista e missionária da Comunidade Canção Nova.
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