30 de dezembro, de 2016 | 10:06

Rombo histórico gera calamidade financeira

Minas Gerais tem uma dívida contraída com a União, calculada hoje em R$ 79,8 bilhões

Carlos Edler /Agencia RBS
Sem solução ao longo dos anos, os reflexos da conta sobre as finanças municipais serão inevitáveisSem solução ao longo dos anos, os reflexos da conta sobre as finanças municipais serão inevitáveis


Os prefeitos que tomarão posse neste domingo devem ficar atentos com a crise financeira que abala o estado de Minas Gerais, ora sob o decreto de calamidade financeira, por causa das dívidas com a união. Minas Gerais tem uma dívida contraída com a União, calculada hoje em R$ 79,8 bilhões. O rombo originou-se na década de 1990 e refere-se ao montante refinanciado dos estados pela União, entre 1997 e 2000, correspondente às dívidas de bancos estaduais no âmbito do Programa de Incentivo à Redução da Presença do Setor Público Estadual na Atividade Financeira Bancária (Proes).

Sem solução ao longo dos anos, os reflexos da conta sobre as finanças municipais serão inevitáveis. Nessa sexta-feira (30), o governador Fernando Pimentel (PT) afirmou que o governo do presidente Michel Temer (PMDB) ainda não percebeu a gravidade da crise que atinge os estados, de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. “O governo federal parece que ainda não percebeu a gravidade da situação. É preciso de uma intervenção e de uma ajuda mais rápida do governo federal para todos os estados”, resumiu.

A declaração de Pimentel veio após Michel Temer sancionar a Lei Complementar 156/16, que estabelece um plano de auxílio aos Estados com o alongamento do prazo de pagamento da dívida dos entes com a União. Conforme anunciado oficialmente dia, 28, pelo Ministério da Fazenda, Temer vetou o segundo capítulo da lei, que previa a criação de um regime de recuperação fiscal dos Estados.

Pelo regime, os entes poderiam suspender o pagamento da dívida por um prazo de até trinta e seis meses. No texto original, enviado pelo Executivo, os governadores teriam que atender a uma série de contrapartidas para aderir ao regime, como corte de gastos, aumento da contribuição previdenciária de servidores públicos e privatizações.

Ajuste
Pressionado por uma mobilização surgida entre policiais civis e militares, que ameaçaram deflagrar greve geral caso tivessem direitos cortados, o petista reafirmou que medidas que no sentido de estabelecer economia e melhor gestão da máquina pública serão aplicadas, mas não é possível aceitar o que chamou de medidas e exigências descabidas. “Aquilo que fere o direito do servidor público que vai prejudicar o serviço público nós não podemos aceitar”.

Renegociação
No texto, foi sancionada também a parte do projeto que trata da renegociação da dívida dos Estados. Com isso, os entes poderão alongar em até 20 anos o prazo de pagamento dos débitos com a União, mediante celebração de um termo aditivo. As negociações serão firmadas em até 360 dias a contar de hoje.

Foi mantida a obrigação de os Estados que alongarem o prazo da dívida limitarem, nos dois exercícios subsequentes à assinatura do termo aditivo, o crescimento anual das despesas primárias correntes à variação do IPCA, excluindo os montantes relativos a transferências constitucionais a municípios e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP).
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