07 de novembro, de 2015 | 16:02
Água e lama da catástrofe passaram pelo Vale do Aço
Ponte Metálica sobre o rio Doce foi ponto de atração de observadores
PARAÍSO - A ponte metálica sobre o rio Doce, na divisa dos municípios de Santana do Paraíso e Caratinga virou um ponto de observação das pessoas que queriam ver a lama da catástrofe resultante do estouro de duas barragens na mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, município de Mariana.
Na sexta-feira, a circulação de mensagens sem procedência alguma, gerou pânico desnecessário em muitas pessoas, que acreditam no impacto direto dos efeitos da tragédia ambiental no Vale do Aço.
O que houve, de fato? Aproximadamente 40 horas depois do acidente, que aconteceu por volta das 17h de quinta-feira (5/11) a lama chegou ao Vale do Aço. O primeiro ponto de observação foi por volta das 9h sobre a Ponte Queimada, localizada entre a mata do Parque Estadual do Rio Doce e o município de Pingo D'Água, a 31 quilômetros de Cava Grande, Marliéria.
Horas depois os resíduos foram observados na Ponte Perdida, localizada perto de Revés do Belém, em Bom Jesus do Galho.
Às 12h45, aproximadamente, chegou à Ponte Metálica, onde muitas pessoas esperavam desde cedo a chegada do lamaçal. A lama, entretanto, apresentava-se bastante diluída com a água do rio e sem a quantidade assustadora de resíduos de madeira e material sólido transportados pela correnteza nos lugares mais próximos da origem da tragédia ambiental.
Em todos os pontos observados houve elevação do nível de água no rio Doce entre 1,70 metro e 2 metros. Como o rio está muito vazio, por causa da estiagem, a água não saltou de sua calha normal.
Essa informação confirma a previsão da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que monitora o rio Doce e soltou boletim extraordinário na tarde de sexta-feira (6/11) em que descartava catástrofes nos municípios do Vale do Aço e Rio Doce, e alertava que o serviço de captação de água poderia ser prejudicado, temporariamente, em função da lama.
Duas localidades próximas enfrentam dificuldades: o distrito de Perpétuo Socorro, em Belo Oriente e Governador Valadares, que são abastecidos por água captada no Doce.
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Confirmada suspensão
No começo da noite de sábado o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Governador Valadares informou que amostras da água coletadas e analisadas ainda em Ipatinga levaram à conclusão que não é possível tratar a água, devido ao seu alto nível de turbidez.
Desta forma, o abastecimento será interrompido até que a onda de lama passe. A interrupção será por, no mínimo, 48 horas. "Isso significa que a população deve economizar água ao máximo, até que o problema seja sanado e o abastecimento restabelecido", conclui nota da Prefeitura de Governador Valadares. MAIS:
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Histórico de tragédias ambientais com barragens em Minas Gerais
1986 Barragem rompe-se na Mina de Fernandinho / Itabirito
2001 Barragem rompe em Macacos, em Belo Horizonte
2003 Barragem de resídios se rompe em Cataguases-MG
2007 - Barragem da Mineradora Rio Pomba, em Cataguases-MG
2014 Barragem da Herculano Mineração em Itabirito
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