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20 de julho, de 2014 | 00:05

Cresce a apuração de homicídios

Com 30% dos inquéritos concluídos, Ipatinga supera média nacional


IPATINGA – Apesar da crescente sensação de insegurança, com o aumento dos casos de furtos, roubos e arrombamentos, o número de crimes violentos contra a vida está em baixa em Ipatinga. No primeiro semestre deste ano foram 22 assassinatos, contra 36 no mesmo período do ano passado. Apesar dos casos do ano anterior, já havia uma tendência de queda. Os registros entre 2012 e 2013, apontam que houve queda no número de pessoas assassinadas – de 59 para 56. Paralelamente a essa redução dos crimes violentos contra a vida, também foram concluídos mais inquéritos sobre homicídios, com índice de resolução superior à media brasileira.

 

A análise é de autoria do promotor de Justiça da Comarca de Ipatinga, Bruno Cesar Medeiros Jardini. Conforme o estudo, enquanto na média nacional 10% dos crimes de homicídios foram elucidados em 2013, no município de Ipatinga esse índice chegou a 30,65%.

 

“Isso, se levarmos em consideração que só se passaram seis meses que o ano de 2013 acabou, esse número é muito bom. Ou seja, dos 56 homicídios registrados em Ipatinga, 17 já foram apurados, em 14 casos os réus foram denunciados, ou estão presos ou foragidos, e três já foram condenados. É um número satisfatório se levarmos em consideração a média nacional, conforme apontado pela Associação Brasileira de Criminalística, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Organização das Nações Unidas (ONU), em que apenas 5 ou 10% dos homicídios dolosos são elucidados ou denunciados no Brasil”, afirmou.

 

Para o promotor, isso ocorre em Ipatinga devido ao esforço dos órgãos de segurança pública, que nos últimos meses se empenharam em ações de combate ao crime. “Vem sendo feito um estudo dos crimes no município, do perfil dos infratores, das áreas de atuação desses bandidos. As polícias estão mais centradas nos crimes e nas prisões dos autores desses delitos e os crimes contra a vida se tornaram o foco das investigações”, explicou.

 

Porém, para Bruno Jardini, os investimentos em segurança ainda são insuficientes para a redução da criminalidade. Ele acredita que a retomada de projetos, como o Olho Vivo (monitoramento eletrônico por câmeras), ajudariam a prender infratores ou até mesmo a diminuir os crimes violentos no município.

 

“Investimentos em segurança nunca vão evitar que os crimes ocorram, e isso é realidade até mesmo de países de primeiro mundo. Também é certo que esses investimentos sempre são insuficientes. O que ajudaria a resolver parte dos problemas da região seria a retomada do Olho Vivo. É uma história antiga e sempre batemos no Estado para conseguir trazer de volta. Alguns homicídios, caso tivéssemos as câmeras do Olho Vivo, certamente já teríamos identificado os envolvidos ou até mesmo inibido. São recursos, que além da atuação das polícias e judiciário, trazem a sensação de segurança aos cidadãos”, afirmou. 
Wesley Rodrigues


Bruno Jardini


 

O promotor acrescentou que, com o passar dos meses, o perfil do corpo de jurados da Comarca de Ipatinga tem se modificado. Para ele, havendo ou não uma condenação, os jurados têm mais consciência da gravidade dos crimes violentos cometidos pelos réus e utilizam do poder de julgadores que detém, para fazerem justiça diante das provas apresentadas.

 

“O corpo de jurados da Comarca de Ipatinga têm se demonstrado rigoroso com os julgamentos. Eles têm visto que a sociedade merece uma resposta diante dos crimes que ocorrem na comarca. A população se cansou da violência, e a forma que ela tem de mostrar isso é no Tribunal do Júri. O Ministério Público tem trazido provas e verdades sobre os crimes julgados, e os cidadãos enxergam isso e levam em conta no momento de votarem”, pontuou.

 

Além de destacar o esforço da Polícia Civil na conclusão dos inquéritos dos crimes contra a vida, Bruno Jardini falou do papel da imprensa na divulgação do que ocorre no judiciário. “O apoio da imprensa é fundamental. A divulgação do que ocorre no Tribunal do Júri contribui para a redução da criminalidade. Porque quando um cara de uma gangue vê que o comparsa foi condenado, ele pensa antes de cometer um crime, porque sabe que existe a penalidade. Cabe destacar também o trabalho da Polícia Civil, que ultrapassou a média nacional e elucidou 17 dos 56 casos do município. E dentre esses casos, prendeu bandidos que poderiam estar soltos e matando outras pessoas. Isso interfere, direta e indiretamente, na redução dos crimes contra a vida em Ipatinga”, afirmou.

 

 


A violência ligada ao tráfico de drogas ilícitas

Wôlmer Ezequiel


Delegado Eduardo


O delegado de Homicídios de Ipatinga, Eduardo Vinícius Carvalho, afirmou que a maioria dos crimes violentos contra a vida registrada no município está relacionada ao tráfico de drogas ilícitas. “É uma cadeia perversa, em que o indivíduo começa com o uso de entorpecentes, depois tem um desacerto e passa a roubar para pagar a dívida. Porque se ele não paga, ele morre. E por aí vai, é um ciclo vicioso. São poucos os homicídios não ligados ao tráfico de drogas ilícitas”, afirmou.

 

Eduardo Vinícius acrescentou que o resultado apresentado pela Polícia Civil na elucidação dos crimes vem da série de operações realizadas nos meses anteriores, e que tem como foco áreas de criminalidade específicas.

 

“Prendemos muitos bandidos que eram as cabeças do tráfico e envolvidos em muitos crimes em alguns bairros, principalmente no Planalto e no Veneza. Apesar da falta de efetivo, conseguimos fazer o máximo com o mínimo que temos, monitorando esses alvos e prendendo. Demos mais atenção a esses inquéritos de homicídios, até porque envolvem vidas, e muitas vezes são praticados por autores recorrentes. Acredito que esse método de trabalho, em parceria com o Ministério Público, resultou nessa melhoria dos índices de Ipatinga. Desde a prisão do infrator até a condenação, tudo isso contribui para a queda de um índice, para a melhoria das condições de segurança da população”, concluiu.

 


Índice abaixo da média nacional ainda é alarmante

 

Conforme relatório do estudo global da Organização das Nações Unidas, para uma população estimada em 201.032.714 (IBGE 2013), o Brasil apresenta uma média de 25,2 homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes.

 

Em Ipatinga, para uma população estimada em 253.098 (IBGE 2013) a média é de 22,12 homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes. Apesar da conclusão, de índice de crimes violentos contra a vida em Ipatinga abaixo da média nacional, o índice é alarmante, se comparado ao da Europa (3,3) e Estados Unidos (4,7).

 



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