07 de outubro, de 2013 | 15:12
Verdade nunca revelada
Comissão Nacional da Verdade reúne-se em Ipatinga e artista plástico recria parte do cenário do fatídico 7 de outubro de 1963
IPATINGA Quem passa pela avenida Pedro Linhares Gomes, trecho urbano da BR-381 em Ipatinga, pode conferir, no canteiro central da rodovia, em frente a estação ferroviária Intendente Câmara, recordes do cenário do episódio que ficou conhecido como o Massacre de Ipatinga, ocorrido em 7 de outubro de 1963.
As peças, que recriam os principais momentois do massacre, são de autoria do artista plástico Amauri Kru's. A instalação das peças não ficou livre de polêmicas. Para evitar danos o artista teve que contar com o trabalho de seguranças.
Entenda
A ocorrência do fatítico 7 de outubro de 1963 é atribuído ao resultado de uma tensão crescente entre trabalhadores, vigilância da Usiminas, na época estadual e um erro estratégico de planejamento de segurança.
Naquela época era alta a insatisfação dos trabalhadores por causa da má qualidade na alimentação servida no restaurante da empresa, salários defasados, más condições de vida nos alojamentos e nos locais de trabalho, além do transporte precário.
Arbitrariedades do Corpo de Vigilância, conjugadas com a repressão policial foram, sem dúvida, o pivô da revolta dos trabalhadores na noite do dia 6 de outubro, culminando com a chacina na manhã do dia 7”, relata o livro Ipatinga Cidade Jardim, de autoria de José Augusto de Moraes.
RESULTADO DE AUDIÊNCIA EM IPATINGA NO DIA 07/10/2013
Comissão pretende responsabilizar autores por Massacre de Ipatinga” - 08/10/2013
Comissão Nacional da Verdade
Hoje, quando se lembrou o cinquentenário do massacre, Ipatinga sediou, também uma reunião da Comissão Nacional da Verdade (CNV). O palco para a audiência foi a sala do Júri, do Fórum Valéria Vieira Alves, quando foram tomados depoimentos de parentes das vítimas e sobreviventes.
A intenção é recolher depoimentos de sobreviventes e familiares que tragam novas informações sobre o caso. A principal dúvida que recai sobre o caso é quanto ao número de vítimas, que pode ser bem maior que o oficial. Os trabalhadores foram alvejados a tiros disparados por homens da Polícia Militar.
Estimativas do Fórum Memória e Verdade do Vale do Aço, organização da sociedade civil autora do pedido que levou à organização da audiência, apontam cerca de 30 mortos e não oito mortos, reconhecidos oficialmente. Leia a reportagem completa no DIÁRIO DO AÇO desta terça-feira.
MAIS:
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O QUE O DIÁRIO DO AÇO PUBLICOU NOS ANOS ANTERIORES
Data para não esquecer - 07/10/2012
Lista oficial de mortos em 7/10/1963
Aídes Dias de Carvalho
Alvino Ferreira Felipe
Antônio José Reis
Geraldo da Rocha Gualberto
Gilson Miranda
José Isabel do Nascimento
Sebastião Tomé de Souza
Eliana Martins (criança de três meses atingida no colo da mãe, que passava pelo local do confronto para visitar o marido, internado em Coronel Fabriciano)
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