27 de janeiro, de 2013 | 00:00

Mercado bom pra cachorro

Setor canino no Vale do Aço cresce; iniciativas criativas oferecem serviços diferenciados para os pets

Wesley Rodrigues


Acaopamento

DA REDAÇÃO - O universo pet movimenta um mercado bilionário no país e cresce a cada ano. Um levantamento realizado pela consultoria Gouvêa de Souza, empresa paulista de prestação de serviços voltados ao varejo, estima que o setor movimentou, em 2012, R$ 12,7 bilhões no país. Os dados representam um acréscimo de 8,5% em relação ao ano anterior. Além disso, a projeção é de que esse montante chegue a R$ 25 bilhões até 2020. Segundo o estudo, há quase 50 milhões de pets no Brasil.
O campo é tão grande que o número de petshops já superou o de padarias. Só em Belo Horizonte, por exemplo, havia 1.795 estabelecimentos especializados para os bichos de estimação na cidade no ano passado. Em contrapartida, eram 1.258 padarias e 933 farmácias registradas no mesmo ano na capital mineira. Por lá, há serviços para os pets que vão desde banhos de ofurô até terapeutas que atendem em domicílio.
Wesley Rodrigues


Tosa

Embora a ração ainda seja a principal responsável pelos lucros, higiene e beleza ganharam maior destaque. O cenário dos grandes centros não é o mesmo da Região Metropolitana do Vale do Aço, mas o setor vem alcançando espaço por aqui. Proprietário de uma petshop no bairro Cidade Nobre, Marco Antônio Barros comenta que o mercado só tem crescido. E o crescimento é atribuído à maior oferta de serviços para os animais domésticos.
Nas lojas de produtos e cuidados animais, os serviços de banho e tosa se tornaram obrigatórios e sofisticados. "A demanda maior é por esses serviços, mas os produtos que tornam o dia a dia mais prático e interessante para o proprietário tem alcançado uma procura relevante", disse, em meio às vitrines recheadas de artigos voltados principalmente aos cães, como camas personalizadas, brinquedos, essências de banho e peças de vestuário.
Wesley Rodrigues


Bonezinho Cruzeiro

Confecções
A oferta de acessórios também cresceu, impulsionada pelas confecções de moda pet, que apostam em matéria-prima e acabamento. Moradora de Coronel Fabriciano, Taiza Ferreira, 34 anos, investiu em uma ideia que deu certo. Ela, que deu continuidade ao legado de mulheres costureiras na família, decidiu, há três anos, atender o mercado de produção de peças de vestuário exclusivas para cães.
Taiza ressalta que o público que atende na região é exigente e há todo um estudo de tecidos adequados para cada confecção. "Petshop só tem o básico, e as roupas vendidas nos estabelecimentos normalmente atendem a um tamanho padrão", lembra. As peças são feitas pela costureira sob medida e encomenda, e há vestidos para noivas, trajes para cadelas debutantes, moda praia, moda íntima, uniformes de times de futebol, e toda uma variedade de roupas para a cachorrada. Os preços variam de R$ 15 a R$ 60.
 
Wesley Rodrigues


Confecção para pet

A mãe, Elci Ferreira, 56 anos, é parceira de trabalho, além de revendedora. Todos os domingos elas expõem os produtos na tradicional Feira de Arte, Artesanatos e Gastronomia de Ipatinga (Feirarte).
"Acãopamento"
Já em Timóteo, há um serviço pra lá de diferenciado. Eliza Andrade, 51 anos, deixou o emprego convencional há sete anos, para se dedicar ao que mais gosta: cuidar de cachorros. Na casa onde mora, no bairro Cruzeirinho, ela montou um "acãopamento". Durante as férias dos donos, os cães têm a oportunidade de se hospedarem com toda a mordomia possível, pois contam com alimentação balanceada, terapias de relaxamento, atividades recreativas e passeios. 
 
Wesley Rodrigues


Baias cachorros Acãopamento

Eliza é estudiosa da comunicação com os animais, e como diz, gosta de trabalhar para o "desestresse" dos cães. "Aqui, além de hospedá-los e cuidar enquanto os donos estão fora, eles passam por uma socialização, o que funciona como uma terapia", conta, em meio aos muitos cachorros.
A diária no acãopamento varia de R$ 20 a R$ 30, conforme o porte do animal. Fora do período de férias, Eliza atua também como passeadora de cães - o serviço tem preço médio de R$ 10. Mimos para companheiros tidos como os melhores amigos do homem, para ela, não são excessos. "Falta maior valor aos bichos. Um cachorro não é um objeto. Ele tem sentimentos, adoece. É triste ver um cachorro passar a vida no quintal, largado e sozinho", comentou.
 
 
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