CADERNO IPATINGA 2024

07 de outubro, de 2012 | 12:54

Data para não esquecer

Massacre de Ipatinga completa 49 anos, mas população ainda tem pouco acesso às informações

IPATINGA – “Várias foram as questões que levaram à decretação da greve geral na Usiminas no dia 7 de outubro de 1963. A má alimentação servida no restaurante da empresa, o baixo salário, as más condições de vida e trabalho, além do transporte precário foram fortes indícios que, levariam os explorados a reivindicar seus direitos.
Todavia, as arbitrariedades do Corpo de Vigilância, conjugadas com a repressão policial foram, sem dúvida, o pivô da revolta dos trabalhadores na noite do dia 6 de outubro, culminando com a chacina na manhã do dia 7”. (Trecho do livro “Ipatinga Cidade Jardim”), de autoria de José Augusto de Moraes.
Além das eleições deste domingo, a data de sete de outubro é realmente histórica para o município de Ipatinga. Passaram-se 49 anos do disparo de metralhadoras instaladas na carroceria de um caminhão, pela Polícia Militar, mas o fato ainda é pouco esclarecido para aqueles que o conhecem e, definitivamente desconhecido pela maioria. Há divergências até hoje sobre o número de mortos e feridos naquele trágico acontecimento.
 
A partir do ano de 1963, o dia sete de outubro ficaria conhecido como o “Dia do Massacre de Ipatinga”. O município ganhou monumentos e locais intitulados por essa data, mas alguns detalhes permanecem nebulosos.
 
Segundo dados do livro “Ipatinga Cidade Jardim”, o antigo cemitério de Ipatinga não possuía nenhum registro do fato, e os cartórios apontam apenas duas mortes, entre os dias 7 e 10 de outubro. Além disso, o inquérito militar e as investigações iniciadas pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais ficaram inconclusos.
 
Neste mesmo livro, o depoimento de Luiz Verano, então chefe-geral da Usina Intendente Câmara, revela os muitos erros cometidos pela siderúrgica, principalmente na contratação a esmo de milhares de pessoas, atraindo-as para uma região então sem condições de garantir apoio logístico aos trabalhadores e seus familiares.
 
“O conflito de 7 de outubro não foi gerado pelo salário. Foi realmente a deficiência no tratamento, no alojamento, onde dormir, conde comer, onde tomar banho. Tudo isso gerou um mal-estar muito grande”. (Trecho extraído do livro Ipatinga Cidade Jardim).
Conhecimento
A reportagem do DIÁRIO DO AÇO foi atrás de informações sobre a grade curricular das escolas municipais de Ipatinga, para saber se os alunos recebem informações sobre essa página da história, do lugar onde moram.
A assessoria de Comunicação da Prefeitura de Ipatinga informou que todas as escolas da rede municipal são orientadas a tratar de assuntos relacionados à história local. Apesar dessa recomendação, neste ano, a história do massacre foi tratada com mais ênfase apenas na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, no bairro Ideal.
 

O DIÁRIO DO AÇO ouviu alguns moradores de Ipatinga sobre o que eles sabem sobre o assunto e o seu conhecimento sobre o fato histórico e a necessidade de acesso às informações.
 
Wôlmer Ezequiel


Jairo Teixeira
 
Wôlmer Ezequiel


Afonso Freitas


 
Wôlmer Ezequiel


Jaquilene Franco
 
Wôlmer Ezequiel


Milton Luiz
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