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29 de maio, de 2011 | 00:00

Risco constante

Pesquisa aponta consequências dos acidentes com cargas perigosas

Portal Uai


ACIDENTE 381 EMPRESARIO TIMOTEO

IPATINGA - O resultado de uma pesquisa de iniciação científica, de um grupo de estudantes dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção, revela os impactos dos acidentes que envolvem o transporte de cargas perigosas nas rodovias que cortam a região.
 
O trabalho é coordenado pela professora e pesquisadora do Unileste-MG, Marluce Teixeira Andrade Queiroz, com a participação dos estudantes Túlio Gonçalves e Sílvia Juliana Barros Silva Gonçalves, da Engenharia Ambiental, e Tamara Maia Coelho Perpétuo, Itamásio de Souza Florêncio, Rafael Rocha Silva e Amanda Rodrigues Silva, da Engenharia de Produção.

Um dos autores da pesquisa, o estudante do 7º período da Engenharia Sanitária e Ambiental, Túlio César Floripes Gonçalves, constatou com o trabalho que as pessoas até têm noção do perigo. Túlio César ressalta que os acidentes não são frequentes, mas quando ocorrem as consequências são graves para o motorista, para o meio ambiente e motoristas em trânsito.
Por isso, são acidentes que demandam mobilização rápida para evitar os impactos ambientais. “Mas há dificuldades para se ter acesso aos dados dessas ocorrências. Os mais recentes são de 2009 e 2010, e nós só os conseguimos no Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest)”, explicou.

Nesta quinta-feira o resultado da pesquisa foi exposto em João Monlevade. Segundo Túlio César, a intenção é dar visibilidade ao resultado da pesquisa.

Conforme o estudo, os processos industriais demandam a utilização de diversos produtos químicos, transportados em grande parte pelo modal rodoviário, por meio de carretas e tanques. “A ocorrência de acidentes com aquele tipo de veículo adquire especial importância dada a intensidade do risco associada à periculosidade do material transportado”, relata o estudo.
Pesquisa
Para delimitar a área e o período a ser pesquisado, os estudantes fixaram o trecho dos municípios percorridos pelo rio Piracicaba, no período de janeiro de 2003 até dezembro de 2007.
Além disso, buscou-se identificar os principais agravos ambientais e medidas de correção de danos. As fontes de consulta foram os dados dos boletins de ocorrência emitidos pela Polícia Rodoviária Federal e relatórios de atendimento do Cerest.
Os veículos transportavam cargas perigosas para siderúrgicas, indústrias de alimentos, atividades agropecuárias e de celulose, todas com grande demanda de substâncias químicas.
 
Os acidentes ocorreram nos municípios de Coronel Fabriciano, Ipatinga, João Monlevade, Nova Era e Timóteo. Ao todo, foram 83 acidentes no período entre 2003 até 2007, conforme mostrado na tabela abaixo.
“Vale destacar que, à exceção da cidade de Rio Piracicaba, todas as demais são percorridas pela BR 381, que foi classificada pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) como a rodovia mais perigosa do país”, destaca o estudo.
 
Fonte: Projeto de Pesquisa “Acidentes com cargas/produtos perigosos”


TABELA ACIDENTES 381

 
Causas e efeitos dos acidentes
 
Os relatórios da Polícia Rodoviária Federal apontaram que os acidentes estavam associados ao rompimento dos recipientes ou tanques, com vazamentos dos produtos químicos para a natureza, incêndios e explosões.
No caso em que o derramamento do produto ocorreu em áreas pavimentadas, prevaleceu a contaminação das águas superficiais. Ainda segundo os dados da PRF, as principais causas dos acidentes estão relacionadas a erros do condutor (44,3% do total dos casos), falhas com o veículo (21,83%), condições da via (3,71%) e outras situações (23,61%).
Para as vítimas, o estudo revela que as consequências foram variadas. A maioria (59%) teve múltiplos ferimentos. O restante das vítimas sofreu fraturas no fêmur, face, contusão, pescoço, braço e coluna.
A conclusão do estudo é que os acidentes com o transporte de carga perigosa implicam em risco elevado para a saúde pública e ambiental. As principais medidas indicadas como preventivas são: a conscientização dos motoristas, fiscalização e melhoria das condições de tráfego urbano.

 
Fonte: Projeto de Pesquisa “Acidentes com cargas/produtos perigosos”


GRAFICO ACIDENTES 381
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