24 de maio, de 2016 | 18:30

Apac de Timóteo é inaugurada

Local terá capacidade para receber até 40 recuperandos

TIMÓTEO – Em evento realizado nessa terça-feira (24), foi apresentada à comunidade a estrutura do Centro de Reintegração Social da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) na comarca de Timóteo. A unidade, situada no bairro Ana Malaquias, tem aproximadamente 20 mil metros quadrados e capacidade para receber até 40 recuperandos, como são chamados os presos que cumprirão o restante da pena em regime semiaberto, neste caso específico. Presentes ao evento autoridades locais e representantes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Febac). 

O presidente da Apac de Timóteo, José Carlos de Paula, lembra que a luta por sua implantação vem desde 2007. “Estamos qualificados para isso. Somos mais ou menos 80 voluntários e não foi fácil, mas graças à ajuda do juiz de Direito, Luiz Eduardo Oliveira de Faria, tiramos do papel e hoje me emociono, porque já é realidade”, disse.

José Carlos afirma que os recuperandos têm noção do método, que é rígido e conta com espaço para oficinas e lazer, além da conservação da casa. Ele acrescenta que os presos têm de ser de Timóteo, ou ter cometido o crime naquela comarca. “Nosso objetivo é ampliar para regime fechado, aberto e semiaberto, mas hoje já podemos celebrar essa conquista”, reiterou.

O Centro de Reintegração Social da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, na comarca de Timóteo, recebe até o momento nove pessoas. Entre eles, está Ordelano Drumond, que cumpre pena por tráfico de drogas. Ele conhecia o método Apac, mas não tinha passado por ele. “Não sabia como se dava na prática. Agora tive oportunidade de vir. É um lugar aonde podemos nos reintegrar à sociedade e demonstrar que há possibilidade de recuperação do ser humano. Aqui é um lugar em que temos lazer. Estamos no regime semiaberto e isso é muito bom”, celebrou. 

Ganho
O juiz da Vara Criminal, Infância e Juventude, Luiz Eduardo Oliveira de Faria, pontua que a Apac é crucial para o processo de recuperação. “Sua metodologia é um caminho alternativo ao sistema prisional ou carcerário convencional que, como todos sabem, está atualmente falido. Não se propõe a nada. A Apac vem oferecer a recuperação desse cidadão para seu convívio comunitário”, destacou.

A oficial judiciário do Programa Novos Rumos do TJMG, Flávia Nascimento, falou sobre a importância da implantação. “Para nós é muito interessante a expansão do método Apac, que é humanizador”, avaliou. Sobre a Apac de Ipatinga, ela recordou que já foi realizada uma audiência pública. “Estamos dependendo de verba e da vontade política e da sociedade local”, informou.

O diretor-executivo da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Febac), Valdeci Antônio Ferreira, lembrou que as Apac’s objetivam sempre a recuperação do preso, a proteção da sociedade, o socorro às vítimas e a promoção da justiça. “Aqui vem em boa hora, porque significa que ao mesmo tempo em que recupera o preso, você protege a sociedade. Os índices de recuperação nas Apac’s estão acima de 70%. Então, todos ganham”, conclui.
 

Já foi publicado sobre o assunto:

Apac será alternativa para cumprimento de penas em Timóteo - 14/05/2016

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