14 de janeiro, de 2016 | 20:00

Mesmo com alta de custos, padarias decidem manter preço do pão francês

Para segurar clientes, proprietários de estabelecimentos reduzem margem de lucro


DA REDAÇÃO – O preço do pão francês cobrado nas padarias da região será mantido e não há previsão de aumento. Esse é o consenso de proprietários do segmento ouvidos pelo DIÁRIO DO AÇO, embora sejam pressionados por custos cada vez mais altos na produção de pães e massas. Em Belo Horizonte, o quilo do pão francês deve subir para R$ 15. O cenário regional de alta nas despesas é semelhante, mas os donos de padaria afirmam que vão tentar segurar os preços até enquanto puderem.

O preço atual do quilo do pão francês oscila entre R$ 9,49 e R$ 11, segundo informaram responsáveis de estabelecimentos pesquisados em Ipatinga nessa quinta-feira (14). Os valores são os mesmos cobrados desde o ano passado. “Por enquanto não há nenhuma previsão de reajuste. Em nossa padaria não reajustamos o valor há mais de três anos”, diz Afonso Andrade, da Padaria Bom Pão, localizada no bairro Cariru.

O setor amarga a elevação de despesas. Entre elas, por exemplo, está o reajuste do salário mínimo. Em 2016, o piso salarial passou para R$ 880. São R$ 92 a mais do que o valor anterior de R$ 788, um reajuste de 11,6%.

Outro aumento considerável foi o da energia elétrica. Em 2015, o fornecimento de eletricidade teve pelo menos três reajustes, motivados pela bandeira tarifária, reajuste extraordinário e revisão de tarifas da Cemig que chegaram a cerca de 50%. “Quem trabalha com forno elétrico sofre com a conta de energia”, explica Afonso Andrade.

E tem ainda o preço da farinha de trigo, produto que é importado e acaba pressionado pela alta do dólar, moeda que teve alta de aproximadamente 40% no ano passado. Dessa forma, o aumento do custo da matéria-prima encarece toda a cadeia produtiva de pão e massas. “Depende muito do produto, mas em média, um saco de 50 quilos sai a R$ 110”, conta o gerente da Padaria Bom Retiro, no bairro homônimo, José Alírio. 

Vilão

O segmento regional, além disso, opera em baixa: comerciantes desse mercado estimam queda de 20%, em média, na venda dos itens de padaria no ano passado. Um dos vilões do sumiço de clientes apontado por eles são os supermercados. Segundo afirmam, a diferença nos preços do pão de padaria e o cobrado nos supermercados chega a 70%.

“O supermercado vende o pão francês quase a custo de produção”, comenta o italiano Valério Favalle, proprietário da Padaria Lorena, no bairro Caravelas. Ele, assim como seus colegas de segmento, explica que a diferença de preços se dá porque há diferença na tributação dos dois estabelecimentos e pelo maior poder de barganha de supermercados junto aos fornecedores na compra da farinha, entre outros itens.

Para manter o negócio de pé diante da concorrência que desagrada o setor, a aposta é a qualidade dos produtos. “Mantemos nossa tradição e a qualidade do pão francês, que clientes vêm até mesmo de bairros distantes para comprar”, afirma José Alírio.

 
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