10 de julho, de 2015 | 20:00

Ponte Queimada deve ganhar reforma em breve

Parque Estadual do Rio Doce busca por parceiros para a restauração equipamento

A histórica Ponte Queimada, travessia existente no Parque Estadual do Rio Doce (Perd) e que liga a mata do parque em Timóteo ao município de Pingo D’Água, poderá ser reformada em breve. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou ao DIÁRIO DO AÇO que, este ano, a empresa Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra) doou madeira que será utilizada em reparos da ponte. Para o início do trabalho de restauração, entretanto, a gerência do Perd busca parceiros.

A travessia conhecida por Ponte Queimada garante uma vista privilegiada para os amantes da natureza. O curioso nome da ligação tem duas versões para sua explicação: a primeira é que a passagem foi queimada por índios que habitavam o local, já a segunda, diz que o fogo foi provocado intencionalmente, por soldados que transportavam presos para Caratinga.

Reconstruída na década de 1930, a Ponte Queimada guarda em seus mais de 200 metros de extensão a história de ter sido o único caminho para o escoamento da produção de carvão vegetal, e uma importante ligação com outras cidades.

Atualmente, a ponte preocupa os usuários. O tablado e as passarelas estão deteriorados pelo tempo. Quem passa pelo local teme a possibilidade de acidentes, porque a falta de pranchões e peças soltas em sua passarela é um risco para as pessoas que usam a estrada da mata do parque. O Instituto Estadual de Florestas (IEF), em contrapartida, afirma que os pranchões não estão totalmente deteriorados, sendo que apenas algumas tábuas necessitam de substituição.

Paulo César Reis


Ponte Queimada


A Semad ressaltou que uma fiscalização é realizada tanto pelo IEF quanto pela Polícia Militar de Meio Ambiente, sobre o tráfego de veículos no equipamento. A gerência da unidade de conservação apela por parceiros na revitalização da ponte tradicional. Interessados podem procurar o Perd, na região do Vale do Aço, inserido nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo.

História
O então governador de Minas, Antônio de Noronha, mandou abrir uma estrada que, passando pelo vale, fosse até Barra do Cuieté, distrito de Conselheiro Pena. Ele governou Minas Gerais de janeiro de 1775 a fevereiro de 1780. Os operários romperam cerca de vinte léguas, através das “Matas Nacionais”, de que existe hoje apenas um pedaço, o Parque Florestal. Foi seu sucessor Dom Rodrigo, quem a completou e inaugurou.

Ficou conhecida como Estrada Aberta, ou do Degredo. A “Aberta”, como era chamada, atravessava quatro grandes pontes neste Sertão: a do Piracicaba (Antônio Dias), a ponte Alta (Ribeirão do Mombaça), a Ponte Queimada, no Rio Doce, e a do Sacramento Grande (Bom Jesus do Galho). A ponte do Rio Doce, inaugurada em final de século 18, ficava pouco abaixo da atual, numa corredeira entre os saltos Jacutinga e do Inferno. A ponte foi incendiada em meados de 1793, tomando então o nome de “Ponte Queimada”. Na época, os soldados acusaram os índios, que acusaram os soldados. 
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário