18 de junho, de 2015 | 00:00

Redução de jornada na Usiminas sem consenso

Abaixo-assinado entregue ao sindicato pede que proposta da empresa seja votada


IPATINGA – As negociações entre a Usiminas e o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa) sobre a redução temporária da jornada de trabalho, continuam em compasso de espera. Nesta semana, o sindicato recebeu, de um grupo de trabalhadores, um abaixo-assinado com aproximadamente mil nomes, onde é manifestado o interesse dos empregados para que a proposta da Usiminas seja levada à assembleia. A direção do Sindipa, alegando a existência de denúncias de coerção no registro das assinaturas, se opôs a atender a solicitação.

Por meio de nota, a Usiminas reforçou, nessa quarta-feira, 17, que “continua aberta às negociações com o sindicato, visando preservar, o máximo possível, a sua força de trabalho”. No fim do mês passado, a empresa propôs cortar um dia por semana na jornada de trabalho, com redução proporcional de salário, nas áreas administrativas da planta de Ipatinga. Tal operação seria necessária diante do que a Usiminas alega ser uma permanente crise do mercado siderúrgico, com fracos níveis de atividade no setor.

Em três reuniões já realizadas entre a siderúrgica e o sindicato, não houve consenso. O Sindipa não aceita a redução no salário dos trabalhadores da chamada semana inglesa, que deverá variar entre 14% e 16%, conforme estimativa da entidade sindical. Sindicalistas alegam que não há abertura por parte da Usiminas para se estudar outros meios de contornar as apontadas quedas nos lucros.

Na segunda-feira, 15, um grupo de trabalhadores foi à sede do sindicato, no bairro Bom Retiro, e entregou à direção da entidade uma listagem pedindo que os empregados administrativos sejam ouvidos o mais breve possível sobre a redução da jornada de trabalho. Para o sindicato, o documento não tem validade jurídica. O Sindipa acusa a empresa de pressionar trabalhadores para assinar o documento. “Recebemos denúncias antes e depois da entrega do documento, por parte dos trabalhadores, de coerção e pressão para assinarem esse acordo de redução de direitos”, afirmou o diretor do sindicato, Geraldo Magela Duarte.

Duarte diz que o Sindipa pedirá a intervenção do Ministério Público do Trabalho no caso. “Essa é uma prática antiga (coerção). Se for à assembleia, a empresa força os trabalhadores a aceitarem o que não querem aceitar”. O sindicato, dessa forma, reforçou que não levará a pauta à votação. “Não existe assembleia para retirar direitos”, disparou o sindicalista. Geraldo Magela reafirmou, também, que não há garantia da empresa de estabilidade de trabalhadores e que a entidade sindical está atenta a demissões na planta de Ipatinga. “Se o interesse da empresa fosse preservar o emprego, ela garantiria algum tipo de estabilidade aos trabalhadores na proposta de redução de jornada. E isso não há”, enfatizou.

Geraldo Magela diz que o impasse pela redução da jornada também continua nas plantas de Cubatão (SP), Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte. Na capital mineira e na unidade de mineração, em Itatiaiuçu (MG) a Usiminas havia informado, na terça-feira, que se chegou a um acordo.


SOBRE O ASSUNTO:

Usiminas e sindicato não chegam a entendimento - 03/06/2015
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