
14 de abril, de 2015 | 20:00
Eunice Sathler sofre com desamparo do estado
Professora vítima de um acidente em escola de Fabriciano está em coma há mais de 60 dias
DA REDAÇÃO A família da professora Eunice Sathler Tristão Pereira, 66 anos, acusa o Estado de Minas Gerais de desamparo na assistência médica à educadora, em coma e hospitalizada há mais de 60 dias no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. Os familiares, que procuraram o DIÁRIO DO AÇO, afirmam que Eunice, servidora efetiva da rede pública estadual de ensino, foi exonerada do cargo três dias após seu acidente e nenhuma assistência foi dada pelo órgão público.
Professora de Língua estrangeira (Inglês), Eunice Sathler foi vítima de uma queda em uma escada, no fim do horário letivo no dia 9 de fevereiro, na Escola Estadual Alberto Giovaninni, em Coronel Fabriciano. Ela descia a escadaria do bloco perto da quadra poliesportiva, quando se desequilibrou e caiu. Na queda, Eunice bateu forte com a cabeça no piso de cimento, teve um corte externo e traumatismo craniano.
Inicialmente socorrida ao Hospital São Camilo Timóteo, ela foi transferida para outra unidade com atendimento de alta complexidade - o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, onde permanece internada, em coma e com quadro de saúde considerado estável conforme a unidade hospitalar. Agora há uma pressão do hospital em dar alta e nós não temos assistência nenhuma, nem condições de receber essa alta”, afirma um dos filhos, Valdir Sathler.
Ele argumenta que, para cuidar da mãe em casa, seriam necessários equipamentos e profissionais adequados, praticamente reproduzindo a rotina da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Os custos podem chegar a R$ 30 mil mensais. Um trabalhador não tem como custear isso”, lamentou. O filho informou que a mãe continua com os sinais vitais mantidos por aparelhos, e sem melhoras no funcionamento cerebral.
Com mais de 20 anos lecionando em salas de aula, a professora é muito querida pelos alunos e pela comunidade escolar. O Estado deveria, no mínimo, amparar minha mãe, e fizeram o contrário. Pode ser que ela evolua com o tempo, de forma lenta, pode ser que ela fique assim para sempre, nem os médicos sabem informar. Nossa dor aumenta ao ter esse total desamparo com minha mãe”, desabafou Valdir.
Os familiares alegam que, em 12 de fevereiro, Eunice foi desligada do quadro de servidores da Secretaria de Estado de Educação (SEE), quando já estava hospitalizada pelo acidente de trabalho. Agora, a Justiça é acionada contra o estado e também contra o município para que deem assistência ao caso. Do estado, eles exigem a reintegração de Eunice ao quadro de servidores, subsidie os vencimentos e tratamento médico à professora. Do município, eles querem reivindicar na Justiça o auxílio no tratamento e custeio das despesas da professora em coma.
A Secretaria de Estado de Educação se posicionou por meio de nota e disse que a reintegração da servidora ao quadro de funcionários do estado, além de questões relativas aos vencimentos e à assistência médica, foram solicitados pela família por meio da Justiça. Neste caso, o estado somente se manifesta nos autos”, salientou a pasta.
Os parentes de Eunice Sathler também afirmaram que nenhuma providência foi tomada pelo Estado na infraestrutura do colégio onde a professora se acidentou, considerada precária. Em relação à infraestrutura, a Secretaria de Estado de Educação informa que, por diagnóstico da pasta, a escola é classificada como regular. Existe uma solicitação de reforma em análise na Superintendência Regional de Ensino”, reiterou a SEE.
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