EXPO USIPA 2025 - 728X90

06 de março, de 2015 | 20:00

Aumento de etanol pode ocasionar problemas

Proprietários de carros antigos podem ter dor de cabeça com aumento do etanol na gasolina


IPATINGA – Após o anúncio do aumento do percentual do etanol anidro na gasolina, de 25% para 27%, profissionais do setor automotivo apontam os problemas que podem surgir em veículos movidos a gasolina e produzidos antes da década de 1990. Os carros podem apresentar alterações em materiais de borracha, como mangueiras de combustíveis, além de plásticos e metais, que podem se oxidar com o etanol, como explica proprietário da Centrocar Oficina Mecânica, Magno Luiz Barbosa.

Magno Luiz observa que os carros mais antigos, que não possuem a tecnologia dos veículos atuais, sofrem para queimar o álcool puro, no caso do carro a gasolina. “O funcionamento será ruim, o carro vai engasgar e ter excesso de água na descarga, por causa do excesso de álcool. Nos carros mais novos, existe a sonda que faz a leitura e corrige esse problema, mas os mais velhos, não. Por isso que bebem muito e funcionam mal. A mangueira sofre, porque o carro a gasolina lubrifica, mas com o álcool misturado, resseca”, aponta.

O mecânico acrescenta que, com maior quantidade de álcool, será mais difícil ligar os veículos pela manhã, principalmente em época de frio. “Os carros mais novos, flex, têm reservatório de gasolina com partida a frio, mas os que são movidos somente a gasolina não têm esse auxílio. Os automóveis fabricados até 1982 vão ter problemas. Apesar de antigos, ainda atendemos muitos veículos dessa época. O problema é só para os que são a gasolina, os flex não têm problema.

Presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Edson Orikassa pontua que os carros podem apresentar alterações em materiais de borracha, como mangueiras de combustíveis, além de plásticos e metais, que podem se oxidar com o etanol. “Nos últimos anos, houve uma melhora grande desses materiais, mas pode ser que os veículos antigos ainda estejam sem a tecnologia para se proteger desse ataque”, disse. Nesses casos, a recomendação é que, até a conclusão de todos os testes, a gasolina utilizada seja a do tipo Premium, que não sofrerá aumento do percentual de álcool na mistura, mas é mais cara – o litro custa cerca de R$ 4.

Outro problema são os carros importados com motor a gasolina. Segundo Oliveira, a maior parte dos veículos modernos é capaz de se adaptar à nova mistura, mas ainda não há estudos que comprovem o efeito da mudança na durabilidade desses carros. “É sempre uma dúvida em termos de durabilidade, sabemos que alguns veículos já sentem alguns problemas com a gasolina com 25% de etanol”, disse. A gasolina Premium também deve ser usada nesses casos, segundo o especialista.

Nos carros com motor flex, que representaram cerca de 88% dos veículos novos licenciados no ano passado, a mudança não terá nenhum impacto. “O carro flex está totalmente adaptado para esse tipo de aumento, tanto que você pode colocar apenas álcool que não tem problema”, diz Orikassa. No entanto, pode haver um pequeno aumento no consumo de combustível, mas que será pouco sentido pelos motoristas. “Às vezes, até o aumento de temperatura e a umidade em um dia provocam aumento de consumo”, explica Oliveira.

Testes
No dia 4, ao anunciar a medida, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse que os testes de durabilidade, no caso de carros movidos exclusivamente a gasolina, ainda estão sendo feitos pela entidade e devem ser concluídos no fim do mês. “Por isso, insistimos bastante para que a gasolina Premium não sofresse nenhuma alteração em sua formulação, a fim de permitir que o consumidor tenha uma alternativa de abastecimento para os veículos movidos exclusivamente a gasolina”, resume.

A nova mistura, que passa a valer a partir do próximo dia 16, vai ser aplicada para a gasolina comum e a aditivada. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, os resultados dos testes feitos pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras não mostraram problemas técnicos para os veículos com o aumento da mistura.
 

 

CURTA: DA no Facebook 





SIGA: Twitter: @diarioaco

ADICIONE:  G+




WhatsApp 31-8591 5916

 


 
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Mak Solutions Mak 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário