20 de fevereiro, de 2015 | 20:00
Calor aumenta a venda de água de coco
Mercado cresce no Centro e em bairros de Ipatinga na atividade que ajuda na complementação de renda
IPATINGA As temperaturas elevadas e o clima seco aumentam o lucro em vários setores. Os vendedores de água de coco estão comemorando o calor e o consequente aumento das vendas. Pela cidade afora, a figura desses vendedores tornou-se comum na paisagem urbana. No Centro de Ipatinga, por exemplo, cada esquina tem um carrinho de água de coco. Vendida em diferentes quantidades, com preço a partir de R$ 2, a bebida é vista por muitos como uma maneira de complementar a renda e, por outros, um bom investimento. Para quem consome, a água ajuda a reidratar o organismo.
O proprietário da Só Coco, Luiz Roberto Ferreira, fornece o produto para 80 clientes fixos que revendem em carrinhos em Ipatinga. Ele recebe por semana um carregamento que varia entre 10 mil e 15 mil cocos. Além dos clientes ambulantes, o negócio está em expansão com o engarrafamento ainda artesanal da água de coco, já disponível em vários estabelecimentos comerciais de Ipatinga. O coco é um meio comercial bom para muitas pessoas. Temos aqui famílias que sobrevivem do coco e muitos usam a venda para complementar a renda”, disse Luiz Roberto Ferreira.
A aposentada Anita Andrade, por exemplo, trabalha há vários anos vendendo água de coco para ajudar no sustento de casa. Uniformizada de branco, ela reclama que a popularização e a rentabilidade da atividade incentivou a concorrência, reduzindo a margem de lucro. Apesar de ter um vendedor em cada esquina, ela consegue faturar por semana R$ 500, em média. Há uns três anos a gente vendia mais, porque tinha menos concorrentes. Mas o que ganho me ajuda a complementar a renda de aposentada”, comentou.
Parceiro
Anita Andrade aponta o calor da região como o maior parceiro dos vendedores. Além disso, as pessoas estão mais conscientes sobre o benefício da bebida para a saúde. O calor ajuda mais de 80%. No frio, uma minoria toma água de coco. Para a saúde, os benefícios da água não têm a ver com a temperatura, mas o pessoal só bebe quando está sentindo muito calor. Meu recorde foi de 110 cocos em um dia”, relatou a vendedora.
Nos bairros, os carrinhos de água de coco também se espalham aos quatro cantos. O aposentado Reinaldo Marinho, de 78 anos, trabalha em uma barraca na praça do Iguaçu, de segunda a sábado, vendendo coco, doces, bebidas e cigarro. O calor melhora muito a venda de coco. Vendo 30 copos por dia, em média. Mas a concorrência atrapalha muito. Mesmo assim, esse trabalho me ajuda muito a complementar a renda de aposentado”, falou.
Poucos metros à frente, o também aposentado Sinval Cardoso Santos, 67 anos, vende água de coco na porta de um banco para conseguir pagar todas as despesas do mês. O salário é muito pouco. Aqui as vendas oscilam muito, mas ganho R$ 1 mil por mês em média”, frisou Sinval Cardoso. Ele salienta que o calor é que mantém as vendas na maior parte do ano. No frio, eu nem trabalho. As pessoas só procuram água de coco no calor”, pontuou.
Isotônico natural
Se por um lado a escassez de chuva e altas temperaturas aumentam o consumo e como consequência as vendas, a produção fica prejudicada. O comerciante Luiz Roberto Ferreira conta que a produção e a qualidade dos produtos caíram com a falta de chuva. Com isso, os produtores seguram mais o coco e elevam o preço. Tudo isso se reflete para o consumidor final. Apesar de tudo, percebemos hoje que as pessoas estão mais bem informadas e procuram a água de coco para se hidratar”, enfatizou.
A nutricionista Gabriele Cruz explica que a água de coco é um isotônico natural e reidratante para o corpo, principalmente com o suor frequente provocado nas pessoas com as altas temperaturas da região. Quando suamos muito, perdemos minerais e a água de coco serve para reidratação. Os minerais que têm nela são muito parecidos com os que perdemos no nosso corpo. Mas ela não pode substituir a água”, esclarece a nutricionista.
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