02 de janeiro, de 2015 | 20:00

Falta extintor no mercado

Exigência de novo modelo esgota estoques e eleva o preço onde peças ainda são encontradas


IPATINGA – A obrigatoriedade do extintor do tipo ABC nos veículos, a partir deste mês, causou uma verdadeira correria em busca do equipamento,  que está praticamente esgotado em Ipatinga. Desde o fim de dezembro muitos postos de combustíveis e lojas de revenda estão com estoques zerados.

Onde ainda é possível encontrar o produto, o preço mais que dobrou passando de R$ 60 a R$ 80 (conforme pesquisa do Diário do Aço) na terça-feira (30/12) para valores que oscilam de R$ 100 a R$ 150, encontrados agora. A exigência do equipamento culmina com esse período de muitas viagens de férias e o resultado é uma peregrinação de motoristas à procura do equipamento.

Na manhã desta sexta-feira (2), vários motoristas saíram de postos de combustíveis e lojas com as mãos vazias. Outros estavam revoltados com a alta no valor do equipamento de combate a incêndio. Todos os carros fabricados a partir de 2005 já contam com o extintor ABC de série. Os modelos anteriores a 2004 vinham com o extintor do tipo BC. Esses precisam ser trocados, ainda que estejam dentro da data de validade. 

Em uma loja de venda de extintores que abastece também alguns estabelecimentos da região, o estoque está zerado desde 23 de dezembro do ano passado. O proprietário da loja, Nilo Xavier, informa que a procura aumentou no mês anterior em função de viagens de fim de ano e da maior divulgação do fim do prazo para a nova exigência. “No último mês vendi bastante extintores, mas não foi suficiente para atender a clientela. Se tivesse estoque teria vendido uns 30 mil extintores. Esperamos que o estoque melhore a partir do próximo mês”, disse o empresário.

Multa

Motoristas flagrados sem o equipamento respondem por infração grave, com cinco pontos na carteira e multa de R$ 172,69. O veículo ficará retido até que a situação seja regularizada. Caso isso não seja feito, o carro é removido ao pátio credenciado. A polícia de trânsito confirma que a lei já está em vigor e a fiscalização cobra o novo equipamento nos veículos.  

Fábrica

Polliane Torres


extintor
Em uma fábrica de extintores de combate a incêndio, localizada no bairro Granjas Vagalume, que é única a produzir e recarregar os equipamentos em Minas Gerais, o estoque está extremamente baixo. O dono da empresa, Francisco Xavier, informa que não consegue mais abastecer os postos de combustíveis e estabelecimentos que revendem os extintores. Agora, a venda é feita apenas no local, mesmo assim com uma fila de espera. “Tiro a nota de venda e o cliente retorna depois para pegar. Essa é a forma que encontrei de organizar as vendas em meio a tanta procura”, disse o empresário.

Francisco Xavier explica que o esgotamento do produto no mercado não é uma realidade apenas de Ipatinga e reflete a mania dos brasileiros de deixar tudo para última hora. “Quem comprou veículo em 2005 deveria ter trocado em 2010 o extintor ABC valendo para mais 5 anos, mas achou mais viável trocar pelo anual. Agora acumularam muitos veículos para trocar de extintor ao mesmo tempo”, afirmou.

Produção reforçada

A falta de matéria prima usada na fabricação de extintores influencia na disponibilidade do produto no mercado. Francisco Xavier conta que comprava todo mês em são Paulo 20 mil peças, mas recebeu apenas 12 mil em novembro e 8 mil em dezembro. Para tentar usar força máxima, a fábrica implementou dois turnos: 7h às 15h e 15h às 23h. “Isso é para ver se conseguimos aumentar uma vez e meia ou duas a produção, mas mesmo assim vai ficar muito aquém do que é a necessidade do consumidor”, falou.

O empresário diz que a oferta do produto no mercado deve se normalizar a partir de agosto. “As empresas brasileiras não têm recurso para suprir essa demanda imediata. Juntas, elas têm condições de fabricar cerca de 15 milhões de peças. Estimamos em 30 milhões os veículos que precisarão da troca do extintor. Essa situação ainda vai se prolongar”, ressaltou Francisco Xavier.

 

Bombeiros alertam para compra do equipamento

 

A diferença entre o antigo extintor BC para o atual modelo é a capacidade de extinguir incêndios em diferentes materiais. O comandante do Corpo de Bombeiros em Ipatinga, tenente Hoberdan Inácio, explica que o modelo BC extingue incêndios em materiais elétricos e líquidos inflamáveis somente. “Com o aumento da tecnologia nos veículos aumentaram também os componentes elétricos e a maioria fica próxima ao painel do veículo que é material sólido. O extintor ABC também extingue incêndio no painel e no estofado, além de materiais elétricos e líquidos inflamáveis”, detalhou.

O oficial orienta os motoristas a verificar na hora da compra, a integridade do recipiente, se não está amassado; o selo do Inmetro; validade e medidor o ponteiro deve estar sempre no sinal verde. Ao perceber algum sinal de incêndio no veículo é preciso ter cautela e utilizar corretamente o extintor. Hoberdan Inácio salienta que o equipamento é eficaz no combate a incêndios.

“Ao identificar o incêndio é preciso parar o veículo em local seguro, estacionar, antes de sair do carro, abrir o capô e depois levantá-lo com cuidado, para não entrar muito oxigênio e ter uma chama maior. Ao identificar o foco da chama é preciso romper o lacre do extintor e apertar o gatilho mirando na base no fogo e, em seguida, acionar o Corpo de Bombeiros”, esclareceu o comandante.


LEIA MAIS:

Uso obrigatório de extintor ABC - 02/01/2015

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