06 de dezembro, de 2014 | 00:00

Placas padrão Mercosul

Novo modelo terá margem azul superior e o nome do país ao centro


IPATINGA – A partir de 2016, os veículos registrados no Brasil passarão a adotar placas no padrão Mercosul, com fundo branco, quatro letras e três números. O objetivo é facilitar a visualização e leitura das placas pela fiscalização eletrônica, além de dificultar, com a ajuda de alguns dispositivos de segurança, eventuais clonagens. Entretanto, a mudança também apresenta pontos negativos, como explica o despachante José Geraldo Matos.

A resolução do Conselho Nacional de Trânsito, que estabelece o novo sistema de placas de identificação de veículos foi publicada no Diário Oficial da União. O modelo terá margem azul superior, com o emblema do Mercosul à esquerda e o nome do país ao centro. A bandeira nacional ficará à direita da placa, que terá, ainda, linhas onduladas horizontais e marcas d’água com a logo do Mercosul, gravadas na película refletiva. Ela valerá para o Brasil, o Uruguai, o Paraguai, a Argentina e a Venezuela.

José Geraldo explica que um ponto positivo para a mudança é que, no Brasil, as placas emitidas pelo sistema Renavam já estão acabando, pois existem 30 milhões de combinações e um índice alto de veículos emplacados. “A vantagem é a questão do número. Outro detalhe é que já tivemos problema em relação às combinações. Sequências como GAY, ANU, e no Ceará, OCU, foram proibidas”, disse. Como ponto negativo, o despachante cita a dificuldade para anotar o número da placa e também por não existir a tarjeta da cidade. 
Bruna Lage


josé geraldo


“Por outro lado, para quem mora no sul do Brasil, vai ficar mais fácil para atravessar a fronteira sem nenhum transtorno. Entretanto, com essa facilidade, a fiscalização tem de ser muito séria, porque para saber se um carro é do país será somente por meio de verificação da tarjeta, e vai ter que fiscalizar para não ter um carro com placa fria”, destaca. A grande vantagem para o Brasil, acrescenta José Geraldo, é que muitos argentinos vinham nas férias para Santa Catarina, Paraná, entre outros destinos, com veículos de lá (Argentina), cometiam infrações e não havia como cobrar. “A grande vantagem é essa, de poder autuar aqui, mesmo o veículo sendo de Buenos Aires, por exemplo”, pontuou.

Além disso, a mudança irá gerar ao usuário um custo, ainda indefinido. Os carros novos que forem emplacados até 2016 não passarão pela mudança, o que ocorrerá somente quando forem transferidos para outro município. “Então, vai demorar, como demorou para mudar da placa amarela para a placa cinza, entre quatro a seis anos. Como despachante, vejo mais dificuldade para a fiscalização. E avalio como parte negativa a questão de constar só o nome do país”, observou.

Clonadas
Informações do Ministério das Cidades apontam que é elevado o número de placas veiculares clonadas no Brasil. Segundo a pasta, normalmente a clonagem é feita por quadrilhas especializadas em roubo de veículos e muitos proprietários, para evitar multas, usam placas frias para driblar a fiscalização eletrônica. Futuramente, será possível uma integração entre os dados dos países do Mercosul, o que permitirá controle mais rigoroso do transporte de cargas e de passageiros, além dos carros particulares.

“Estou com 18 recursos de multas e todos eles feitos em outros estados, e os carros são emplacados em Ipatinga. Na maioria das vezes, carro clonado é quando chega acima de 10 multas, com infrações na mesma cidade ou em cidades diferentes. Porém, muitos casos que chegam aqui no escritório são por erro do guarda na hora de anotar a multa ou do funcionário na hora de registrar no sistema”, concluiu José Geraldo.

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