14 de agosto, de 2014 | 00:00
Menos sódio na alimentação
Acordo consegue reduzir mais de 1,2 tonelada da substância em três tipos de alimentos
IPATINGA O consumo exagerado de sal está relacionado ao aumento no risco de doenças crônicas, como hipertensão, doenças cardiovasculares e renais, informa o Ministério da Saúde. As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 63% das mortes no mundo e 72% no Brasil. Por isso, uma grande mobilização nacional tenta reduzir o índice de sódio em alimentos industrializados. Nesta semana, foi divulgado o balanço parcial do acordo entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia), que prevê a queda na produção de 1,8 mil tonelada dessa substância até o final de 2014.
De 2011 para 2012, as indústrias de alimento conseguiram retirar 1,295 tonelada de sódio das bisnaguinhas, dos pães de forma e dos macarrões instantâneos. Temperos, caldos, cereais matinais, margarinas vegetais, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batata frita e palha, biscoitos e maionese também terão o teor de sódio reduzido.
A nutricionista Helenise Mendes Ramos alerta para a importância da redução da presença do sal na mesa do brasileiro. Ela lembra que o sódio em excesso tem relação direta com o aumento da pressão arterial, uma das causas de ocorrências como Acidente Vascular Cerebral, derrame, infarto, além da sobrecarga renal. Na hora de preparar os alimentos dê preferência ao uso de ervas como salsa e cebolinha, além do alho. Evite sempre o uso do saleiro na mesa para acrescentar aos alimentos depois de prontos”, orientou Helenise Mendes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o ideal é consumir no máximo 5 gramas de sal por dia, porém, o consumo do brasileiro chega a 12 gramas diários. Apesar disso, a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2013 mostra que 48% dos brasileiros acham que o nível de consumo de sal é médio, e pouco mais de 15% consideram-no alto ou muito alto.
Na avaliação da nutricionista, a questão cultural pesa na conta do consumo despercebido de sódio do brasileiro. O paladar na cultura brasileira e mineira é marcado por alimentos mais temperados, com uma quantidade maior de sal”, comentou.
Neste contexto entram em cena os temperos industrializados, como tabletes de caldo de carne, que possuem muito sódio na composição. Estamos muito acostumados a usá-los. O brasileiro tem que se reeducar para reduzir esse tipo de alimento ao máximo”, disse.
Medição
Questionada sobre as formas de medir o consumo de sódio no dia a dia, Helenise Mendes aponta que os 5 gramas preconizados correspondem a uma colher de sopa de sal. Mas é preciso considerar que outros alimentos têm sódio na composição”, completou.
Uma opção apontada pela nutricionista para reduzir o consumo de sódio no preparo de alimentos é o sal light, que possui no mínimo 30% a menos da substância. Ele tempera a comida, mas tem sabor menos acentuado. Ao usá-lo, é importante manter a mesma proporção do sal comum para obter um bom resultado”, pontuou.
Uma boa forma de se orientar quanto a esse consumo é consultar sempre os rótulos dos alimentos, que informam a porcentagem de sódio existente. De maneira geral, vemos muitas empresas reduzindo o teor de sal e gorduras nos alimentos e destacando essas informações em suas embalagens. Tudo isso é reflexo da própria sociedade que, por estar mais informada, procura uma alimentação mais saudável”, ressaltou Helenise Mendes.
Para quem vive na correria e não tem tempo de preparar o próprio alimento, a dica é ter critério na escolha dos restaurantes e lanchonetes. Nessas horas, vale o paladar. Apesar da correria, a pessoa deve se preocupar em sentir até que ponto o alimento está salgado ou não”, sugeriu Helenise.
Benefícios
Em relação às vantagens da redução do consumo do sódio na alimentação, os hipertensos estão entre os principais beneficiados, pois a redução do sal ajuda no controle da pressão arterial. Para as demais pessoas, o benefício é sentir menos inchaço. O sódio tem a tendência de reter líquido porque ele é o responsável por controlar o equilíbrio de líquido dentro das células”, salientou a nutricionista.
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