02 de agosto, de 2014 | 00:00

Alimento essencial ao desenvolvimento da criança

No Dia Mundial da Amamentação, especialista alerta sobre a relevância do aleitamento materno

IPATINGA – Logo na entrada do quarto, uma plaquinha decorativa tem gravado o nome da recém-nascida Lara Emanuelle. Na maternidade do Hospital Márcio Cunha (HMC), os pais, Alessandra Cristina Ferreira, 29, e Wander Lúcio Leite da Silva, 32, não escondem a felicidade do nascimento do primeiro filho. Lara nasceu na quinta-feira, 31, às 14h10, pesando 3,330 kg. Desde que pegou a filha nos braços, a amamentação já é uma preocupação da nova mãe, que o faz com prazer. “É a melhor sensação do mundo”, resume Alessandra, que revela ter realizado seu maior sonho: ser mãe.

Nessa sexta-feira, 1º de agosto, foi celebrado o Dia Mundial da Amamentação. Pediatra do HMC e professora de Pediatria da Faculdade de Medicina do Vale do Aço, Vera Lúcia Venâncio Gaspar salienta, em entrevista, a relevância da data e dos benefícios do aleitamento materno. Em resumo, a médica acentua que o leite produzido pelo organismo da mãe é o primeiro e o principal alimento da criança, e que é imprescindível à saúde do bebê e não tem substituto à altura.

A Semana Mundial da Amamentação é realizada até o dia 7 de agosto em aproximadamente 170 países do globo. No HMC, palestras ocorrerão na maternidade, envolvendo pais e profissionais da saúde. Na Univaço, no bairro Veneza, um seminário voltado à comunidade será realizado no dia 7, a partir de 19h, informando atualizações acerca do aleitamento materno.

 



Vera Gaspar traz à tona os incontáveis benefícios que a amamentação proporciona ao desenvolvimento da criança. Em linhas gerais, cita, o leite materno protege contra infecções e alergias; é bom para a dentição e para a fala; e contribui para o desenvolvimento da inteligência da criança. “Ele está sempre pronto, na temperatura correta e não tem custos para a mãe”, reforça.

Mas, as vantagens do aleitamento vão além dos benefícios citados. A pediatra diz que estudos recentes apontam que o alimento possa reduzir em até 72% a incidência de pneumonia e bronquiolite grave (inflamação nos bronquíolos), que precisa de hospitalização e oxigênio.

O leite materno também diminui em 64% o risco de diarreia aguda por gastroenterite (inflamação do estômago e intestino). “E esse benefício prolonga por mais dois meses depois da suspensão do leite”, acrescenta Vera.

Além disso, a amamentação contribui ainda para a diminuição de aproximadamente 50% dos casos de otite média aguda, que é a infecção do ouvido. “Por isso tudo, podemos afirmar que o leite materno tem potencial de diminuir muito as infecções do recém-nascido e do lactente. Por isso ele pode ser considerado como a primeira imunização da criança”.



Os benefícios também são psicossociais: “O leite materno fortalece os vínculos afetivos da criança com a mãe”, menciona Gaspar. É recomendado que o bebê seja alimentado exclusivamente com leite materno, no mínimo, até seis meses de vida, e mantido até os dois anos de idade.

Às mães, também há muitos benefícios. “Os benefícios se estendem à diminuição do sangramento no pós-parto imediato, diminuindo a ocorrência de anemia; eles contribuem para a diminuição da incidência de câncer de mama (pré-menopausa) e do ovário; e também para a redução da pressão arterial enquanto a mãe está amamentando - a hipertensão é uma causa frequente de problemas da gravidez, inclusive de parto prematuro”, encerra a médica.

 

 

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