01 de junho, de 2014 | 00:00
Epidemia leve” de conjuntivite
Especialista alerta para a prevenção de problemas nos olhos e faz um alerta à automedicação
IPATINGA O Hospital Márcio Cunha tem recebido uma média de 30 pessoas por dia com conjuntivite viral. A estimativa é do médico oftalmologista Marcelino Luiz da Silva Acar. O especialista observa que o tempo frio e seco, típico desta época do ano, aumenta o risco de problemas nos olhos. O quadro avaliado pelo médico como uma epidemia leve”, apresenta estabilidade ao longo dos últimos três anos. Isso porque o ápice do surto foi registrado em 2011, quando o hospital realizava 200 atendimentos, em média, por dia.
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular e o interior das pálpebras. O branco do olho (esclera) é coberto por uma película fina chamada conjuntiva, que produz muco para cobrir e lubrificar o olho. Em geral, acomete os dois olhos; pode durar de uma semana a 15 dias; e não costuma deixar sequelas.
Os principais sintomas são coceira, olhos vermelhos e lacrimejantes, inchaço das pálpebras, secreções e sensação de areia nos olhos.
Apesar do quadro estável descrito pelo médico, a doença é altamente transmissível e são necessárias medidas de prevenção, controle e tratamento adequado. As ações de higiene pessoal são as mais preconizadas por Marcelino Acar, uma vez que a doença não é transmissível pelo ar, mas pelo contato com objetos compartilhados.
Entre as orientações estão: adotar cuidado especial com a higiene pessoal, principalmente quanto à lavagem de mãos frequente e uso de lenços descartáveis; uso individual de toalhas, maquiagem para os olhos, soluções oftálmicas e outros medicamentos de uso ocular; troca diária de fronhas; e evitar frequentar locais aglomerados quando da ocorrência de sinais e sintomas de conjuntivite.
Um fator que preocupa o especialista é a automedicação, comum em casos como esses. Atendemos há muitos anos e percebemos que, infelizmente, devido à falta de atendimento muita gente vai direto à farmácia e, por vezes, adquire uma medicação contraindicada para o caso. Ao adquirir conjuntivite por vírus, é necessário procurar atendimento médico especializado. E, nem sempre um olho vermelho é uma conjuntivite. Pode ser um glaucoma, ceratite, uveíte, e outras patologias”, pontua o epecialista.
Doença atinge 2,5% da população; sintomas são silenciosos
Em alusão à Semana Nacional de Combate ao Glaucoma, encerrada ontem, especialistas fazem um alerta à prevenção e diagnóstico precoce da doença. Oftalmologista do Hospital Márcio Cunha, Marcelino Luiz da Silva Acar, estima que o glaucoma atinja 2,5% da população. A patologia é citada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a segunda causa de cegueira no mundo.
Acar informa que o Glaucoma é definido como uma neuropatia óptica progressiva, com lesão estrutural característica e frequentemente acompanhada por um tipo específico de defeito de campo visual, progressivo ou não, onde o nível da pressão intraocular desempenha um papel importante no desenvolvimento da doença.
Uma pressão ocular normal varia entre 12 milímetros de mercúrio e 20 milímetros de mercúrio. Uma pressão ocular acima de 20 mm exige uma investigação rigorosa. É pedido o exame de campo visual, a paquimetria, e a retinografia para que se possa determinar se é ou não glaucoma. O glaucoma não tem cura, mas tem tratamento”, frisa o especialista.
Conforme a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SESMG), existem aproximadamente 100 mil pacientes em tratamento de glaucoma no estado.
Inicialmente, os sintomas do glaucoma são silenciosos e o diagnóstico precoce somente é possível por meio de exames de rotina oftalmológica. A faixa etária mais atingida é a acima dos 40 anos. Estudos científicos apontam maior incidência da doença em pessoas negras.
Os sinais da doença na sua forma aguda podem levar a visão borrada, dor ocular, halos coloridos com a luz, náuseas, vômitos e dor de cabeça. Nas fases finais há perda importante do campo visual com visão em túnel. O diagnóstico é feito por meio de exame de rotina. Mas, infelizmente as pessoas nos procuram quando a doença já está avançada. Em oftalmologia, é recomendável exames de rotina a cada dois anos, principalmente para pessoas acima de 40 anos”, orienta o médico.
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