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02 de abril, de 2014 | 00:00

Manifestação lembra Golpe de 64

Em Ipatinga, atos públicos pedem a retirada de monumentos e mudança de logradouros alusivos à ditadura


IPATINGA – Atos públicos realizados ontem, nos bairros Horto e no Centro da cidade, lembraram os 50 anos do golpe militar de 1964. Pela manhã, cerca de 200 estudantes de escolas públicas de Ipatinga fizeram uma caminhada, no Horto, protestando contra o nome do marechal Castelo Branco, dado a uma das principais avenidas do bairro. Humberto de Alencar Castelo Branco foi o primeiro presidente da República após a instauração do golpe de estado deflagrado em 31 de março 1964. O movimento no Horto foi liderado pelo Fórum Memória e Verdade do Vale do Aço.

Durante a caminhada, o nome da avenida foi simbolicamente trocado por avenida José Elias dos Santos, o “Seo Juca”. Um papel impresso com o nome do operário, baleado durante o episódio conhecido como Massacre de Ipatinga, foi pregado nas placas de identificação da conhecida avenida do bairro Horto. Após ser baleado na perna, José Elias, que era muito pobre, ficou sem emprego. Participaram da manifestação estudantes das escolas estaduais Dom Helvécio, Selim José de Sales e Engenheiro Márcio Aguiar da Cunha.

Polliane Torres


avenida castelo branco placa
A professora de História na escola Selim José de Sales, Rosimar do Carmo, destaca a importância da participação dos estudantes em momentos reflexivos como o ato de ontem. “É importante a participação dos jovens porque na época do golpe militar muitos estudantes estavam envolvidos contra a ditadura. Precisamos passar isso para os alunos, porque muitos não conhecem a verdadeira história do período militar, que teve muita tortura e morte”, afirmou a professora.

Presente à manifestação, a estudante do 9º ano na Escola Estadual Dom Helvécio, Larissa Ferraz disse que esse período da história não deve ser esquecido. “Nas aulas estamos refletindo sobre o Massacre de Ipatinga e sobre a ditadura. É bom aprender esses fatos da nossa história para que nós, que estamos novos, possamos tentar melhorar as coisas e não deixar que a ditadura se repita”, comentou a estudante.

Polliane Torres


larissa ferraz


Protestos
No fim da tarde, os integrantes do Fórum Memória e Verdade do Vale do Aço voltaram a se reunir na praça 1º de Maio, no Centro. No local, artistas fizeram uma performance para mostrar a perseguição, prisão e tortura no período ditatorial. O grupo fez ainda protestos em frente aos bustos do general Costa e Silva e do marechal Castelo Branco. O manifesto terminou na Praça dos Três Poderes, onde houve outra encenação artística. Um documento com a proposta de retirada dos bustos e mudanças nos nomes de ruas e avenidas que prestam homenagens aos militares e demais envolvidos com a ditadura foi entregue à Câmara Municipal.

 


SOBRE O ASSUNTO:

Manifesto pede mudança no nome de avenida no Horto - 01/04/2014
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