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19 de janeiro, de 2014 | 00:00

Vida enclausurada em nome da fé

Irmãs Carmelitas em Fabriciano vivem rotina sem nenhum contato com a sociedade


FABRICIANO – O ambiente é propício para meditar e orar. Também não há barulho de trânsito ou qualquer poluição sonora, comuns nos centros urbanos. O clima rural envolto ao som de uma pequena cachoeira ao fundo da paisagem, reforça a percepção de um local retirado para se exercitar o lado o espiritual. Por trás do muro coberto de plantas, está o Carmelo Santíssima Trindade, um mosteiro que abriga 13 irmãs, em uma vida de completa clausura no bairro Contente.

As irmãs fundadoras se mudaram para Fabriciano há 13 anos, a convite do bispo emérito da diocese de Itabira - Coronel Fabriciano, Dom Lélis Lara, para a criação do convento. A maioria das irmãs veio do mosteiro de Montes Claros e outras do município de Três Pontas. “O bispo desejava muito um mosteiro contemplativo aqui na diocese, então nós aceitamos o convite de deixar nascer aqui o Carmelo para essa diocese”, conta a irmã Ângela Maria de Jesus.

Silvia Miranda


Irmã Ângela


Superiora do Carmelo, como foi designada, Ângela Maria de Jesus, completou 31 anos como Carmelita. Ela conta que o foco da vocação carmelita está na oração. “A nossa função é de escutar o outro, escutar a sua dor e apresentar essa dor ao coração de Deus. A vida contemplativa é toda voltada para oração, então a nossa missão é orar, interceder tanto que o Carmelo nasceu para orar, em uma vida exclusivamente dedicada a Deus desde que acordamos até a hora que a gente adormece”, enfatizou.

Além da reza, as religiosas vivem uma vida de completa reclusão social, não existe participação em eventos ou visitas à comunidade. Até a participação em missas só ocorre dentro do próprio convento e para isso um padre se desloca até a unidade para fazer a celebração. As irmãs não visitam nem mesmo as suas famílias, os parentes é que vão até o Mosteiro para rever as irmãs.

O único contato com os visitantes de fora é para o atendimento espiritual e para receber pedidos de oração. Todo contato, porém, com o mundo exterior é feito por grades que separam as religiosas dos visitantes. “Às vezes as pessoas se assustam com as grades, mas aqui mesmo com as grades nós somos muito felizes porque essa é uma opção é um mistério de Deus; é um chamado de Deus e elas (grades) apenas nos ajudam a manter o nosso estilo de vida e não nos separar, pelo contrário, elas nos unem ainda mais”, definiu a irmã Ângela Maria.

Silvia Miranda


Carmelitas


Rotina
Diariamente os horários e trabalhos das irmãs são definidos por uma programação pré-estabelecida, começando bem cedo, às 4h45 com o despertar e às 5h as irmãs já estão prontas para as orações. A Santa Missa é celebrada às 7h e o café é servido às 7h50. “Depois da missa nós vamos para os trabalhos de formação, nós fazemos alguns trabalhos para ajudar na manutenção do Carmelo, produzimos artesanatos e imagens, fora o trabalho normal da casa, que inclui toda a preparação de comida, limpeza e lavagem das roupas”, contou a superiora.

Ministério

No inicio do ministério a candidata a Carmelita, passa por uma experiência de três meses e só depois de passar por várias etapas, chamada de fase de discernimento, é que recebem a veste de carmelita com o véu branco. O véu da cor preta só será entregue quando a candidata se torna de fato uma carmelita e essa preparação pode demorar de sete a nove anos. 

Silêncio
Na maior parte do dia, as carmelitas permanecem em completo silêncio, pois no Mosteiro também tem hora certa para a conversa como conta a irmã Ângela Maria. “Nós fazemos tudo no clima de absoluto silêncio, pois nós não conversamos, nós temos uma comunicação maior uma hora após o almoço e uma hora após o jantar, nas outras horas, nós nos dedicamos à leitura espiritual, ao trabalho, a formação, a esse estar diante de Deus em oração”, relatou.

Contribuições são bem vindas

O prédio do Mosteiro foi construído há sete anos com a ajuda da comunidade. O projeto arquitetônico foi desenhado por estudantes do Unileste e uma empresa ajudou na construção. Além dos trabalhos realizados internamente para manter o convento, contribuições e doações são necessárias no sustento da missão religiosa. “Nós sabemos que Deus vai mandar e ficamos até surpresos com a bondade e o toque de Deus nos corações, mas nós precisamos de tudo e tudo aqui é um presente de Deus”, diz Ângela Maria, superiora do Carmelo.

Atualmente existe uma campanha intitulada: “Os amigos do Carmelo”, onde por meio de um carnê as pessoas podem colaborar com qualquer quantia mensalmente.

Silvia Miranda


Fachada do Mosteiro


Mosteiro atende a comunidade para aconselhamentos e orações

Aos domingos a missa é aberta a comunidade que também é atendida para aconselhamentos e orações no horário de 8h30 às 11h e de 15h às 16h30. O Carmelo está localizado ao fim do bairro Contente, na rua Taguara s/nº, a aproximadamente 9 quilômetros do centro.
 
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Adeni

30 de janeiro, 2019 | 13:00

“Por la salud de .Lidia,Marlene,Altair,Normelio,Sadir,Carolina,Galeano,Arielson,Marilde,Clarice,Edivane,Adrieli,Andressa,y otros. Por el trabajo,documentos,transportes,...Acion de gracia por la vida.”

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