18 de janeiro, de 2014 | 00:00

Famílias invadem terreno no bairro Nova Esperança

Área está demarcada desde domingo, afirmam os moradores, que já iniciaram a construção de barracos

IPATINGA – Cerca de 50 famílias decidiram ocupar uma área de aproximadamente cinco mil metros quadrados no alto do bairro Nova Esperança. A maioria afirma ser vítima dos estragos provocados pela chuva em dezembro e, desde o início da semana começaram a demarcar terrenos e preparar a área para a construção de casas no entorno da rua 12. A área invadida é de propriedade do município e é considerada de risco geológico.

A maioria dos ocupantes diz residir no próprio bairro, mas estão com as casas ameaçadas por deslizamentos de terra ou perderam completamente a moradia no período de chuva do mês passado. Eles ressaltam não ter motivação política para fazer a ocupação.

Dona de casa, Maria Aparecida da Cunha, 44 anos, conta que os parentes já trabalham no terreno ocupado para construir uma casa própria. E além deles, a cada dia aparecem mais interessados. “A gente está marcando isso aqui desde domingo (12). Meu menino precisa de um lote e a mulher dele está grávida. Aluguel é muito caro e se for da vontade de Deus iremos ficar e ganhar essa área da prefeitura”, alegou a mulher.

Mecânico de manutenção, Ricardo Gonçalves, 31 anos, mostrou à reportagem a residência onde mora atualmente, abaixo da rua seis. Na via, uma cratera de mais de 30 metros foi aberta recentemente, levando casas abaixo. Técnicos da Defesa Civil teriam orientado a retirada da família da casa, mas em sua opinião ficar abrigado na escola pública do bairro é inviável, e o aluguel social ainda não foi concedido.

“Tivemos um auxílio no colégio e recebemos cesta básica. Só que nossa prioridade é ter dignidade, ter moradia. Disseram que nos dariam um auxílio aluguel, mas isso não ocorreu. E não há data prevista para ser resolvido. A maioria dos que estão aqui (na área ocupada) estão de aluguel ou no corredor da casa dos outros”, justificou Ricardo, justificando a ocupação.



Policiais militares mantiveram vigilância no local nesta sexta-feira (17). A ação deu suporte aos técnicos da Prefeitura de Ipatinga que pediram a saída das famílias da localidade. Contudo, os ocupantes permanecem na área fazendo a capina do mato e abrindo buracos para a construção das sapatas das futuras edificações.

PMI
A Prefeitura de Ipatinga confirma que a área é mesmo de propriedade do município, mas não pode ser usada para fins de habitação. Por isso, as famílias serão retiradas do imóvel que é considerado de risco e está reservado apenas para a preservação ambiental.

Um estudo recente da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que presta serviços de avaliação geológica, indicou que a área do alto do bairro Nova Esperança apresenta possibilidade de deslizamentos e não pode ser ocupada.

 



 

 

 

 

 

 

 

 

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