26 de outubro, de 2013 | 00:00

Cidade Nova sofre sem sinal de celular

Comerciantes e moradores do bairro reclamam de problemas gerados pela falta de comunicação


PARAÍSO – Quem precisa ligar para o celular de algum morador do bairro Cidade Nova, na maioria das vezes, não consegue o contato. Do outro lado da linha, os moradores buscam pontos que possam captar algum sinal, muitas vezes sem sucesso. O resultado é uma série de compromissos, chamadas urgentes e negócios perdidos. Para buscar uma solução, a Associação de Moradores e Amigos do bairro Cidade Nova (Ambacin) tenta, desde janeiro, junto à operadora Oi, a instalação de uma antena de transmissão de sinal no bairro. Mas os transtornos ocorrem com todas as operadoras de telefonia móvel.    

O presidente da Ambacin, Geraldo Felisberto Mariano, informou que os moradores o procuram constantemente para reclamar de problemas com o sinal. “Todos sofrem com isso. Eu que sou líder comunitário deixo de receber muitas ligações por estar em diferentes pontos do bairro”, comentou. Os moradores do bairro Águas Claras passam por situação semelhante. Geraldo Felisberto acredita que a instalação de uma torre beneficiaria também os bairros Águas Claras, Jardim Vitória, Bom Sucesso e Parque Veneza, além do Cidade Nova.

Criado há 14 anos, o bairro Cidade Nova possui atualmente pouco mais de 10 mil moradores. Com muitos investimentos da construção civil, impulsionados pelas restrições impostas às construções em Ipatinga em função do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a economia do bairro perde com a falta de comunicação via celular.

Transtornos
Polliane Torres


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Proprietário de uma farmácia, Rogério Pacheco abriu o estabelecimento há seis anos. Ele aponta dois transtornos causados pela falta de sinal: recarga de celular e pedido para entrega de medicamentos em domicílio. “Temos problema na hora de fazer recarga de créditos de celular. A máquina fica sem sinal e deixamos de fazer a operação. Ou então, levo o aparelho para a rua e fico levantando até achar o sinal e fazer a recarga. Algumas vezes a recarga não chega ao número de destino e os clientes reclamam. Acontece, também, de alguém ligar para pedir medicamento e, na hora de passar o endereço de entrega, a ligação cai e perco a venda”, lamentou Rogério Pacheco.

O dono de uma academia de ginástica, Altair Márcio da Silva, também enfrenta problemas com seus alunos por causa da falta de sinal. “Cerca de 70% dos alunos que se inscrevem deixam como telefone de contato o celular. Então, quando ocorre de eles faltarem muito costumo ligar para saber o motivo. Mas como geralmente não consigo esse contato, às vezes fico sem o aluno”, contou o empresário.

Morador do bairro há dois anos e meio, o técnico de manutenção em usina hidrelétrica, Danilo Barbosa Silva, às vezes é obrigado a sair de casa quando está de plantão. Caso contrário, a empresa não consegue acioná-lo em uma emergência. “Em plantões de fim de semana, principalmente no período chuvoso, às vezes tenho que sair de casa, ou seja, fico em Ipatinga durante o dia para receber as chamadas”, observou.  

Vistoria
Polliane Torres


Geraldo Felisberto
Questionado sobre uma possível intervenção da administração municipal para cobrar a melhoria do sinal nos bairros mencionados, o secretário municipal de Governo e Planejamento, Fabrício de Assis Ferreira, afirmou que o contato é feito constantemente pela prefeitura de Santana do Paraíso. “Estamos tentando avançar nessa questão, fazendo contato constante com as operadoras e cobrando delas. Pedimos uma visita in loco. A Oi fez as medições nos bairros Cidade Nova e Águas Claras e retornou com outro ofício negando o investimento”, informou.

O documento assinado pelo diretor executivo de Relações Internacionais Oi Minas Gerais, Marcos Antônio Borges, informa que “a ampliação do Serviço Móvel Pessoal para a região onde se localiza os bairros Cidade Nova e Águas Claras, considerando a implantação de um novo site 2G/3G, tem valor estimado em R$ 628 mil”.

No ofício, a empresa confirma a viabilidade de realizar uma vistoria no bairro Bom Sucesso. Porém, o investimento não será efetuado, pelo menos esse ano, conforme aponta a empresa no documento. “Essas localidades (Cidade Nova e Águas Claras) não estão contempladas nos planos de expansão da empresa para esse ano”. O posicionamento oficial encerra informando que a solicitação reforça a base de dados da empresa para “futuras expansões”.    

 

“Sinal, só se subir em árvore ou pedaço de toco”

 

Os problemas que afetam a vida da população se repetem na Escola Estadual Herbert José de Souza Betinho. A vice-diretora, Rosângela da Silva Marques, afirma que os servidores ficam incomunicáveis, assim como os alunos. “No caso dos estudantes, já é proibido o uso de celular em sala de aula. Mas o problema é quando eles saem ou precisam fazer contato urgente com os pais e não conseguem por falta de sinal”, frisou Rosângela da Silva.

O estudante Jhonatan Santos, 17 anos, confirma o problema com o celular. “Aqui na escola só consegue sinal se subir numa árvore ou pedaço de toco. E muitas vezes quando pega o sinal, não entendemos nada do que é falado”, disse Jhonatan. Morador do bairro, ele conta que algumas pessoas deixam de comprar imóvel no local por causa da falta de sinal. “Os pais de uma amiga minha deixaram de comprar um apartamento aqui por isso”, exemplificou o estudante.

Ele lembra que, além do sinal para ligações de celular, a internet é outro problema. “Os moradores mais novos não estão conseguindo fazer pedido de internet Velox (via cabo) pela Oi. A empresa alega que não há mais disponibilidade. Eu mesmo tinha há muito tempo e, quando troquei meu plano, perdi o sinal e tive que esperar cinco meses para ter o serviço de volta, depois de muita insistência”, pontuou.  
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