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15 de agosto, de 2013 | 00:00

Hiperplasia prostática atinge homens com mais de 50 anos

Mais de dois milhões de mineiros podem ter a doença causada pelo aumento da próstata


IPATINGA – Muito comum entre os homens com idade superior a 50 anos, mas pouco falada, a hiperplasia prostática benigna, causada pelo aumento da próstata, é uma doença mais frequente do que o câncer de próstata. A melhor forma de prevenção é a visita regular ao médico a partir de 45 anos. Diagnostica a doença, há tratamento clínico que evita a necessidade de cirurgia. A doença e os avanços clínicos foram tema de uma reunião de médicos da região com o urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia - regional Minas Gerais, José Eduardo Fernandes Távora, na noite de terça-feira (14).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem quase 18 milhões de homens com mais de 50 anos de idade. Este cenário evidencia que teremos o crescimento de novos casos da doença, que registra maior incidência com a chegada da terceira idade. Em Minas Gerais, a população masculina com mais de 50 anos suscetível à doença já ultrapassa a dois milhões.

Uma análise realizada no ambulatório de urologia do Centro de Referência da Saúde do Homem, em São Paulo, mostra que 25% dos homens com mais de 50 anos têm a chamada hiperplasia prostática benigna. A partir dos 65 anos, este número cresce para 30% e, após os 80 anos, a taxa de incidência da doença chega a 90%.

A hiperplasia é o aumento não cancerígeno da próstata que pode causar a compressão da uretra/bexiga. Em casos mais graves, atrapalha a saída da urina gerando a obstrução, acúmulo de urina no rim (hidronefrose) e até insuficiência renal. A causa da doença não é completamente conhecida, mas acredita-se que esteja associada a mudanças hormonais geradas pelo corpo a partir dos 50 anos de idade.

Diferentemente do câncer de próstata, a hiperplasia apresenta sintomas que devem ser observados pelo homem. Os principais são: jato urinário fraco, necessidade de fazer xixi em pequenos volumes e com mais frequência; esvaziamento incompleto da bexiga; infecção urinária e cálculo de bexiga. 

Alerta
Em entrevista ao DIÁRIO DO AÇO, o urologista Eduardo Távora alerta que, depois dos 50 anos de idade, todo homem vai desenvolver o crescimento da próstata, “uns mais rápido, outros mais devagar”. O especialista informou que a prevalência da hiperplasia na população é quase duas vezes e meia maior que o câncer de próstata. “É preciso fazer exame a partir de 45 anos. Quem já tem histórico familiar da doença deve começar mais cedo, com 40 anos”, orientou. A hiperplasia prostática é detectada por meio de exame PSA e o toque retal, o mesmo realizado para detecção do câncer de próstata, e exames complementares. 

Eduardo Távora salienta que, ao procurar o urologista precocemente, o homem consegue detectar o crescimento da próstata e interrompê-lo. Uma vez diagnosticada a doença, o tratamento pode ser feito por meio de cirurgia e com uso de medicamentos. Com os avanços da medicina, o número de cirurgias é reduzido na medida em que aprecem novas tecnologias. Uma delas é a terapia combinada (associação de dutasterida e tansulosina) com menor custo (R$ 70 em média a caixa com 30 comprimidos) para o paciente e que diminui em 70% o número de cirurgias.

Cirurgia
Eduardo Távora destaca que a cirurgia traz consequências mesmo em se tratando de crescimento benigno. “Ela provoca duas situações: ejaculação retrógada (esperma cai dentro da bexiga) e, dependendo do tamanho, quando fazemos a retirada pode comprometer a parte sexual também. Essa droga nova tira muita gente do processo de cirurgia. O número de cirurgias de próstata realizadas hoje em comparação há 30 anos caiu mais da metade”, frisou Eduardo Távora. 

Preconceito
Apesar da veiculação de informações sobre as doenças da próstata, o preconceito ainda é uma barreira a ser vencida, alerta o especialista. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia revelou que 77% dos homens não realizam o exame de toque por preconceito e 54% por medo. Cerca de 68% nunca realizaram o exame. Eduardo Távora explica que houve avanços em relação à prevenção. “A resistência do paciente pelo exame de toque da próstata melhorou com campanhas educativas e o incentivo das esposas que têm estimulado o marido a ir ao médico. O homem tem cada vez mais consciência de que, se não cuidar da saúde, vai ter problema lá na frente com a próstata ou disfunção sexual”, enfatizou Eduardo Távora.

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