
13 de julho, de 2013 | 00:00
Perd completa 69 anos de preservação
Acesso para visitantes ainda é o grande desafio para a promoção do ecoturismo e da economia local
MARLIÉRIA O Parque Estadual do Rio Doce (Perd) completa neste domingo (14), 69 anos de criação. Localizado no Colar Metropolitano do Vale do Aço, foi a primeira unidade de conservação criada em Minas Gerais, em 14 de julho de 1944. Mas a melhoria da estrada de acesso, que ainda não é pavimentada, é um dos entraves na promoção do ecoturismo e para impulsionar o desenvolvimento da comunidade do entorno da reserva florestal.
O Instituto Estadual de Florestas (IEF) informa que a unidade de conservação abriga a maior floresta tropical de Minas, com 35.970 hectares. As primeiras iniciativas no sentido de preservar o Perd surgiram no início da década de 1930, com ações do arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, conhecido como bispo das matas virgens. Ele lutava contra o avanço do corte de matas nativas que eram transformadas em carvão vegetal para fazer funcionar os alto fornos da Belgo Mineira, siderúrgica instalada em João Monlevade. A batalha do bispo só deu resultado mais concreto em 1944, quando o que restava da mata atlântica tornou-se oficialmente um Parque Estadual.
Mas com quase 70 anos de sua instituição oficial o grande desafio da diretoria da unidade ainda é ampliar a divulgação e o número de visitantes. O gerente do Perd, Vinicius de Assis Moreira, lembra que a pavimentação da MG-760 (Timóteo/São José do Goiabal) pode alterar a cultura da população regional que, muitas vezes, não conhece o parque. As pessoas ainda não se entusiasmam para enfrentar uma estrada ruim, de carro”, considera.
Além da promoção do turismo, a estrada pavimentada pode proporcionar maior perspectiva de emprego e renda da comunidade do seu entorno da reserva florestal, com novos empreendimentos, acredita Vinicius Moreira.
Ecoturismo
O diretor do Perd, Vinicius Moreira, também informa que a o parque recebe, em média, entre 22 mil e 25 mil visitantes por ano. Com a pavimentação da MG-760 a direção acredita que esse número suba para 45 mil visitantes só no primeiro ano. Nós temos potencial para isso, o parque tem um plano de uso público e está todo planejado para receber um fluxo turístico na ordem de 2.500 pessoas por dia, então, já tem uma capacidade muito elástica”, argumentou o gerente.
Além de aumentar o fluxo de visitantes, a diretoria do Perd se preocupa também com consciência ecológica do público. Nós queremos um público que consiga transferir renda para as comunidades do entorno e que possa perceber o parque em uma perspectiva mais ambiental, captar a importância dessa unidade de conservação para a proteção da biodiversidade regional, nacional e internacional”, ressaltou Vinicius Moreira.
Atrações
O Perd fica aberto à visitação todos os dias da semana e oferece hotel; passeio de barco; observação panorâmica do lago por meio do mirante; Centro de Visitantes Dom Helvécio com atendimento pedagógico; trilhas interpretativas no meio da mata; e uma gama diversa para ecoturistas. Para visitar não é preciso agendamento prévio e os ingressos são adquiridos na portaria por R$ 5 com direito a passar o dia e R$ 10 para pernoitar na área de camping.
O agendamento dos demais serviços pode ser feito na administração do parque pelo telefone (31) 3822-3006.
Romaria é a grande atração das comemorações de aniversário
As comemorações de aniversário do Parque Estadual do Rio Doce foram iniciadas na última semana com celebrações religiosas em diversas paróquias de Marliéria, Dionísio e Timóteo, municípios que integram a área do parque. Mas a Romaria Ecológica realizada neste sábado (13) é o ponto alto da programação.
A Romaria Ecológica tem o objetivo de resgatar os fatos históricos e religiosos do século passado, relembrando o esforço do Bispo Dom Helvécio para a criação do Parque Estadual do Rio Doce (PERD) e o fortalecimento da participação das comunidades na proteção dessa unidade de conservação.
Em Timóteo, a concentração dos fieis para a Romaria Ecológica” começa às 5h30 de hoje, em frente à Paróquia São Sebastião, no Centro Sul. Após a alvorada com a banda Santa Cecília, cavaleiros e motoristas sairão com destino ao Parque do Rio Doce, carregando a imagem de São Sebastião, simultaneamente com os grupos de Marliéria e de Dionísio.
A previsão é de que a romaria até o Parque do Rio Doce dure pouco mais de quatro horas. Antes de chegar à reserva, os cavaleiros e motoristas de Timóteo farão duas paradas: a primeira prevista para as 7h30, na comunidade de Cava Grande, e a outra às 9h, na comunidade de Santo Antônio da Mata, onde será feito o plantio de mudas de árvores em frente à Igreja Católica.
Os romeiros de Marliéria, acompanhados da imagem de Nossa Senhora da Saúde, também farão três paradas antes de chegar à reserva do PERD. A previsão é de que às 8h o grupo chegue no pico Jacroá, onde serão feitos a bênção aos cavaleiros e uma reflexão sobre Juventude e fraternidade”. A segunda parada, uma hora depois, está prevista para a fazenda Juca de Nelson, e a última às 10h30, na comunidade de Santa Rita, com bênção aos cavaleiros.
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