
04 de julho, de 2013 | 00:00
Academias de ginástica em praças públicas carecem de orientação
Espaços equipados com aparelhos são usados livremente pela população
IPATINGA Localizadas em espaços públicos de quatro bairros em Ipatinga, as Academias da Saúde”, instaladas no município com verba do governo federal, não possuem profissional para acompanhar as atividades físicas. Sem a devida orientação, o que seria uma grande vantagem para a saúde pública pode se transformar em risco de lesões e problemas ainda mais graves. Reclamações sobre essa situação têm chegado ao Conselho do Idoso, conforme o presidente da entidade, Leonardo Costa Barbosa.
O dirigente cita que as academias, situadas nos bairros Bethânia, Bom Retiro, Bom Jardim e Planalto, atendem pessoas de todas as idades, mas as reclamações, em sua maioria, são dos idosos. No caso dos idosos há riscos mais sérios para a prática sem orientação. A prefeitura mantém o Movimento da Terceira Idade de Ipatinga (Moti) para dar atividades físicas para o idoso. Porém, é difícil para os idosos de bairros mais distantes irem ao Veneza (sede do Moti) para praticar as atividades. O Moti faz excelente trabalho, mas essas academias ao ar livre podem proporcionar a eles ginástica perto da casa”, declarou o presidente.
O educador físico e mestre em Saúde e Qualidade de Vida, Tasso Coimbra Guerra, destaca a importância do acompanhamento de um profissional da área nessas atividades. Ele alerta que o espaço equipado sem a correta orientação não cumpre seu objetivo na integralidade. É uma política pública interessante porque possibilita acesso à atividade física para quem não tem acesso à (academia) paga. Mas o trabalho é feito pela metade porque, na falta de um profissional, as pessoas praticam os exercícios de forma desorientada”, ressaltou Tasso Coimbra, que coordena o curso de Educação Física do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste).
Os principais danos que a realização de atividade física sem orientação pode causar são ortopédicos e posturais, além de perigos aos cardiopatas, pontua Tasso Coimbra. Um dos grandes problemas de exercício sem orientação é o controle da intensidade. Se o cardiopata faz em uma intensidade muito alta ele pode ter uma parada cardíaca. A orientação (de um profissional), mesmo que não seja todo dia, ajuda a desenvolver a cultura do que se pode ou não fazer”, salientou.
Saúde
O especialista ressalta que a prática de exercícios é uma questão de saúde pública. Indiretamente, quando o profissional é colocado nesses lugares públicos, o benefício secundário pode ser conferido nos postos de saúde e hospitais. Pessoas orientadas e com a consequente melhoria da aptidão física demandarão menos atendimentos”, enfatizou.
Tasso Coimbra lembra que o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta milhões por mês para tratar obesidade. Boa parte das internações estão relacionadas a doenças ligadas à obesidade”, reforçou. Por isso, na avaliação de Tasso Coimbra colocar profissionais nessas academias abertas não é gasto, mas investimento.
Município garante que irá retomar projeto
A Secretaria de Saúde de Ipatinga informou, por meio de nota, que as obras de implantação dos quatro polos da Academia da Saúde em Ipatinga serão retomadas ainda este mês. A contratação de profissionais e o início efetivo das atividades, conforme previsto pelo programa do governo federal, ocorrerão depois de todos os equipamentos estarem devidamente instalados em espaços adequados”.
Ainda de acordo com a nota, o programa chegou a ser lançado em julho do ano passado pelo governo anterior, mas nenhum dos quatro polos previstos foi concluído são eles: Bethânia, Bom Retiro, Bom Jardim e Planalto. A previsão é que o programa comece a funcionar, em parceria com o município, ainda neste ano”.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]