04 de junho, de 2013 | 00:00

Insegurança e medo no bairro Floresta

Onda de assaltos tem preocupados moradores e prejudicado o comércio


FABRICIANO – A tranquilidade não faz mais parte da rotina dos moradores do bairro Floresta. O lugar, antes atraente para morar, tem vivido dias de angústia e apreensão, principalmente para o comércio, em função dos assaltos e roubos recorrentes. Há seis anos Ailson de Pinho possui uma padaria no bairro. Ele não se lembra de outro período em que a violência tenha se tornado tão comum por ali. Apenas neste ano, seu comércio foi assaltado quatro vezes, três delas à mão armada e, uma outra, com um arrombamento na madrugada.

Um dos funcionários de Ailson chegou a desistir do trabalho e após um dos assaltos avisou que não voltaria mais ao emprego. Por causa da criminalidade, o comerciante reduziu o horário de funcionamento e decidiu fechar as portas mais cedo. “Chega certa hora da noite que o movimento cai bastante e fica mais perigoso, os moradores estão com medo e até os funcionários temem por ficar aqui trabalhando”, conta.
A dona de uma pizzaria, que preferiu não se identificar, também constatou a queda no movimento, no período noturno. Seus funcionários também estão com medo. “Porque depois que cai na boca do povo que o Floresta está perigoso, as pessoas realmente deixam de ficar na rua e há dois anos atrás isso aqui era bem mais tranquilo”, lamenta.

Com medo dos assaltos, o comerciante Jessé Soares de Freitas tem procurado não ficar sozinho em seu estabelecimento e sempre que pode, prefere se posicionar na porta e não deixar dinheiro no caixa para não ser pego de surpresa. Mas o medo não tem atingido apenas os proprietários de lojas comerciais. Leidiane Silva é professora de uma escola infantil, instalada no bairro, a entrega dos alunos é feita apenas para os pais ou responsáveis já autorizados, mesmo assim ela se preocupa com a segurança dos alunos. “Alguns assaltos tem acontecido de dia e tem pouco policiamento, é preciso um reforço no patrulhamento”, opina.

O empresário Sotero Rosa observa que a incidência de assaltos e roubos, passou a aumentar nos últimos 90 dias. Umas das soluções defendidas por ele é a ampliação de ações educativas para jovens e adolescentes, faixa comum entre os autores dos delitos. “Nós sabemos que isso não é um problema peculiar aqui do bairro Floresta, mas o que nós estamos pedindo do poder público é que ele esteja mais próximo de ações educativas para estes jovens, porque eu acho que a segurança pública não passa só por policiamento, mas ações que possam perceber as necessidades desses jovens em suas comunidades”, argumentou.

Wôlmer Ezequiel


PM bairro Floresta


PM garante reforço no patrulhamento

Uma reunião para discutir o assunto, envolvendo moradores e autoridades, estava prevista para ocorrer na noite desta segunda-feira (3). O comandante do 58º Batalhão da Policia Militar em Coronel Fabriciano, tenente-coronel Wanderson Stenner, afirma que já se reuniu com os moradores algumas vezes, para discutir a situação. Uma das propostas sugeridas pelos moradores foi à criação de uma companhia de polícia no bairro. Essa iniciativa ainda depende da mobilização popular, mas a primeira garantia foi a doação de um terreno pela Associação de Moradores do Bairro Floresta, para sediar a unidade da PM.

Ele informou que a primeira medida tomada pela PM foi aumentar o policiamento no local. O número de viaturas por turno subiu de uma para três, dependendo dos horários das ocorrências. “Estamos nos reunindo com a Polícia Civil para repassar as informações para que os inquéritos sejam trabalhados e assim solicitados os mandados de busca e apreensão dos envolvidos nesses crimes”, detalhou. O tenente-coronel garantiu que em alguns crimes houve uma resposta imediata com a prisão dos suspeitos, e em outros casos se trata de menores de idade, que demandam medidas mais demoradas para internação em outras regiões, uma vez que o Vale do Aço não conta com um centro socioeducativo. “A PM continuará com o monitoramento constante no bairro e trabalhando em conjunto com a PC”, concluiu o oficial.
 
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