17 de maio, de 2013 | 00:02
Onip aponta caminhos para a indústria regional
Convergência de interesses fortalece produção do setor metalomecânico para atender demandas da indústria naval, offshore, petróleo e gás
IPATINGA Dando continuidade do trabalho de participação de empresas do Vale do Aço na produção de equipamentos para o setor de petróleo e gás, um representante da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) se reuniu nos últimos dias com empresários da região. Um dos objetivos da visita é promover a sinergia entre as partes envolvidas.
No mês de abril ficou definida a participação de 13 empresas chamadas de âncoras, que trabalharão com outras de pequeno porte para viabilizar a produção. Nove equipamentos serão construídos pelas empresas-âncoras, também com foco em micro e pequenas empresas. O consultor técnico da Onip, Felipe Gouvea, destaca que a adesão do Vale do Aço é completamente sinérgica com a necessidade da indústria naval, offshore, óleo e gás, como um todo.
Os empresários já estão organizados como Arranjo Produtivo Local (APL), e o Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vale do Aço (Sindimiva), já têm uma organização muito forte e avançada. Seu relacionamento com a Onip atingiu um bom grau em termos de sinergia, o que é positivo para que se possa tocar o trabalho”, avaliou Felipe.
Atualmente, cerca de 1.500 toneladas de aço são produzidas pelo Vale do Aço, dedicadas a caldeiraria e usinagem. O que se pretende é entregar equipamentos com mais valor agregado e tecnologia. A ideia é desenvolver a capacidade para produzir equipamentos mais sofisticados, de forma rápida, a fim de acelerar o processo.
Felipe Gouvea observa que existe grande demanda por navios, sondas, supply boat, entre outros equipamentos. Segundo ele, há 15 dias a Petrobras lançou licitação para 23 novas embarcações para atender o pré-sal e outros projetos em andamento, cujo investimento até 2017 deve chegar a R$ 236 bilhões.
O coordenador técnico do Sindimiva, José Arinos Ferreira, acrescenta que, como parte do trabalho, algumas medidas estão sendo tomadas, como a participação de empresários em uma feira do setor em Macaé, a Brasil Offshore”, que ocorre nos próximos dias. Queremos que a população saiba que o programa está andando e é preciso ocorrer essa sinergia. Estamos trabalhando de acordo com as demandas. À medida que o produto for surgindo, vamos buscar o que for necessário”, destacou José Arinos.
Como potenciais fornecedores para a indústria naval, o consultor técnico relata que o setor requer o envolvimento de todos os setores, desde instrumentação, automação, hidráulica, elétrica, compras, refrigeração, etc. Em termos de concorrência existem outras regiões atentas a esse mercado, mas não mais avançadas que o Vale do Aço. Mesmo a região perdendo em logística, ganha em aparato técnico. Tivemos uma boa notícia de que o acordo teve boa aderência na região, pois já estão acostumados a trabalhar com equipamentos de grande porte, o que é muito bom”, opinou.
Sinergia
O representante da Onip destacou a sinergia entre Sindimiva e a instituição, que junta a fome com a vontade de comer”, dos demandantes com os ofertantes de produtos, para tentar atender a cadeia nacional de produção. Queremos desenvolver não só a parte de engenharia, a parte técnica, mas inverter isso para a cadeia de petróleo e gás de forma rápida e precisa. O mercado de óleo e gás trabalha com o mercado internacional, então todas as certificações e regras são internacionais e precisamos que os empresários do Vale do Aço enxerguem isso, e já têm enxergado. Temos de aprender o conceito de petróleo e gás”, concluiu Felipe Gouvea.
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