27 de abril, de 2013 | 00:00

Produção local acerta com a Onip

Empresas da região irão produzir equipamentos para setor de petróleo e gás

IPATINGA – Em encontro de negócios realizado ontem (26), entre empresários da região e um representante da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), foi definida a participação de empresas do Vale do Aço na produção de equipamentos para o setor de petróleo e gás. Para tal, 13 empresas chamadas de âncoras trabalharão com outras pequenas empresas, que ajudarão a compor tal produção. O acerto ocorreu no auditório do Hotel San Diego, no bairro Horto.

Com a participação de aproximadamente 100 empresários, foi definido que nove equipamentos serão construídos pelas empresas âncoras, também com foco em micro e pequenas empresas. Durante o encontro, os equipamentos foram subdivididos em componentes. As empresas presentes demonstraram interesse de produzir praticamente todos eles.

“O Vale do Aço demonstra essa capacidade de cooperação entre as empresas. A região já opera um Arranjo Produtivo Local e só precisa melhorar algumas coisas como estradas, aeroporto, mas mesmo isso não impedirá que esses produtos cheguem aos portos e sejam encaminhados para as plataformas de produção marítima aqui no Brasil e no exterior. Não existe nada que impeça que esses empresários passem a exportar esses produtos”, avaliou o superintendente da Onip, Carlos Soligo Camerini. 

Na reunião foram identificadas demandas de produtos pelo mercado consumidor para grandes operadoras como Petrobras, Chevron e Shell, que poderão comprar esses equipamentos. “Foi uma reunião de trabalho onde mostramos a demanda da indústria petrolífera para as empresas da região que podem produzir esses produtos”, explicou.

Serão produzidos na região: sistema de tratamento de água de lastro; separador de água e óleo; pinos de reboque; bocas de tubarão; incinerador marítimo; guinchos de amarração; guindastes de serviços; compactador de lixo; carreteis especiais; além de outro equipamento que já está em produção na região. Participarão de tal processo: Ata; Emalto; Açovale; Globo; Faceme; Viga; Dieletric; Lumar; Bema; Líder; Muniz; Ramac e Indumep.

Sequência
Daqui pra frente, as empresas âncoras manterão contato com empreendedores menores, para acordarem a produção e colocar o produto no mercado. Carlos Camerini observa que o Vale do Aço sempre foi forte na área de siderurgia, bem como na fabricação de produtos para a área de mineração. No entanto, está ingressando na área de óleo e gás com o mesmo dinamismo.

“Na verdade já entrou, e vai ampliar e muito essa participação, principalmente na produção de óleo e gás no mar. Mas o Vale do Aço terá oportunidade também por causa da produção de gás em Minas Gerais. Haverá uma necessidade de produção de sondas de perfuração, de sistema hidráulico, que são bombas e equipamentos de grande porte, e tudo isso daí traz um futuro promissor para indústria da região”, acrescentou.

 

Conquista é fruto de negociação

As negociações voltadas para o setor de petróleo, gás e naval têm sido realizadas há aproximadamente quatro anos, visando a ampliação de mercado para as indústrias, que não somente o setor siderúrgico. Em declaração recente ao DIÁRIO DO AÇO, o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vale do Aço (Sindimiva), Jeferson Bachour Coelho, destacou que, para os setores de petróleo e gás, ainda se fabrica pouco, de forma terceirizada, o que deve ser ampliado por meio do acordo com o NCE Node da Noruega. A pretensão é fornecer, em curto de espaço de tempo, para grandes empresas de petróleo.


No fim do ano passado, Ipatinga foi um dos municípios escolhidos pela Petrobras, que definiu cinco projetos-piloto de Arranjos Produtivos Locais (APL) ligados à indústria de petróleo e gás, para desenvolver um polo industrial do segmento. A empresa desenvolverá, em 2013, fornecedores dentro dos APL’s, no entorno de grandes empreendimentos da companhia, como refinarias e polos de construção naval e offshore.

Diversas reuniões, seminários e participações em feiras ocorreram ao longo dos últimos anos para que o Vale do Aço alcançasse espaço entre os fornecedores do setor.