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28 de novembro, de 2012 | 00:00

Hipertensão pulmonar pode ser confundida com outras doenças

Falta de ar, dor no peito e inchaço na perna podem ser sintomas da doença

IPATINGA – A hipertensão pulmonar, doença que pode afetar as funções do coração, pode ser confundida com outras doenças por apresentar sintomas semelhantes, como cansaço e falta de ar. Nesta quarta-feira (28), é celebrado o Dia Latino de Combate a Hipertensão Pulmonar, ocasião em que o cirurgião cardiovascular Luiz Renato Dias Daroz chama a atenção para a necessidade do diagnóstico precoce.
De acordo com o médico, a hipertensão pulmonar é um estado que leva a uma dificuldade da passagem de sangue por meio das artérias pulmonares, ocasionando uma elevação da pressão arterial, prejudicando a função do coração. “É uma doença que tem várias causas, como doenças autoimunes e infecciosas como a esquistossomose, HIV, doenças cardíacas, valvulares, tromboses, alterações da coagulação, que também podem levar a hipertensão pulmonar. Uma causa importante é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), cujo principal fator é o tabagismo”, explica.
Luiz Renato reitera que o diagnóstico precoce é fundamental para tentar eliminar a causa básica da hipertensão pulmonar. “O paciente tem hipertensão pulmonar porque tem uma alteração da válvula do coração, então, o que ele tem que fazer é tratar, operar essa válvula, e, com isso, impedir que a doença avance, se for o caso de uma doença infecciosa, tratar essa doença infecciosa, e assim, por diante. A relevância do diagnóstico precoce é tratar a causa básica e impedir que a hipertensão evolua”, orienta.
Segundo o médico, a hipertensão pulmonar não é uma doença de diagnóstico fácil por apresentar sintomas comuns, sendo necessária atenção do médico quando o paciente possuir histórico de doenças que podem evoluir para tal como esquistossomose, ou alteração valvar do coração, “aí sim, quando começa apresentar sintomas respiratórios, vale a pena pesquisar se tem hipertensão pulmonar”. “Agora, um paciente que não tem nenhuma doença dessa espécie é um muito difícil fazer o diagnóstico inicial. Isso geralmente é feito quando você já sabe que tem a causa básica”, disse o especialista.
Ele observa que a doença não é tão prevalente quanto uma hipertensão arterial sistêmica e, embora menos frequente, é também muito grave, pois não tem cura. O paciente, segundo o médico, está sujeito a tratamento e transplante pulmonar, em alguns casos, transplante de pulmão e coração. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, estima-se que existam aproximadamente 3 mil pacientes com a doença. Há cinco tipos de hipertensão arterial, que podem provocar a falha cardíaca e, consequentemente, a morte. Um tipo de HP, chamada de hipertensão arterial pulmonar (HAP) afeta aproximadamente 52 pessoas por milhão de habitantes em todo o mundo.
O cirurgião relata que, como o sangue tem dificuldade de passar por meio das artérias do pulmão, ocasiona sobrecarrega no coração, principalmente no ventrículo direito, fazendo com que seja dispensada mais força para empurrar o sangue por meio da circulação pulmonar. Com isso, há disfunção progressiva do ventrículo direito, que acaba afetando a função cardíaca, podendo prejudicar o funcionamento de outros órgãos como fígado, rins e assim todo o organismo.
 
Atenção aos sintomas
 
Os principais sintomas da hipertensão pulmonar são a falta de ar, cansaço e inchaço, e apresentam efeito progressivo. “É o paciente que há um, dois anos, conseguia andar quatro quarteirões e agora quando anda um sente muito cansaço, ou subia cinco lances de escada tranquilamente e hoje quando sobe um lance já está muito cansado. Sintomas como dores no peito, inchaço nas pernas - em casos mais graves -, aumento do volume abdominal; são vários sintomas e isso vai depender da gravidade e do estágio da doença”, pontuou o cirurgião cardiovascular Luiz Renato Dias Daroz.
A incidência da hipertensão arterial é maior em adultos e pessoas de mais idade, conforme explica o médico. “Geralmente, como a maior parte das causas são fatores adquiridos ao longo da vida, é mais frequente em pacientes mais velhos, o que não quer dizer que não que não ocorra em crianças. Existem casos daquelas crianças que possuem cardiopatia congênita, alterações estruturais pulmonares, mas não é tão comum”, explica.
Como prevenção, a orientação do médico é manter hábitos de vida saudáveis, evitando tabagismo, obesidade, prática de atividade física com frequência, o que diminui o risco de ter doenças que podem culminar, entre outras situações, com a hipertensão pulmonar. “Outro detalhe é que, para qualquer doença, é importante fazer sempre um checkup, com cardiologista, pediatra, enfim, para detectar a doença na fase inicial”, concluiu Luiz Renato Dias Daroz.
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