25 de novembro, de 2012 | 00:05

“A fé em Deus sempre me sustentou”

Fiel atribui milagres ao famoso padre Antônio, milagreiro de Urucânia

IPATINGA – Há muito se discute o papel significativo da religiosidade na saúde de pessoas que sofrem enfermidades. Há diversos estudos de especialistas disponíveis na rede mundial de computadores que documentam uma relação positiva entre a espiritualidade e o tratamento de uma doença.
O empresário Carlos Roberto Lana, 54 anos, é devoto de Padre Antônio de Urucânia desde a infância e acredita que a cura pela fé é possível. Passados quase 50 anos da morte do padre milagreiro, ainda permanece viva a fé no seu poder divino. Católico, Carlos é grato à intercessão do padre que, segundo conta, o ajudou a vencer há dois meses, complicações cardíacas.
Foi no ambulatório médico que Carlos Roberto foi comunicado que precisaria passar por uma cirurgia de ponte de safena devido a problemas no coração. Com a saúde em estado preocupante, o empresário se agarrou à fé. “Em nenhum momento fiquei abalado. A fé em Deus, que é maior que tudo isto, sempre me sustentou”, assegura o empresário, confiante.
Quando a hora do procedimento cirúrgico chegou, ele lembra ter sentido a presença de alguém o protegendo. Carlos foi submetido a quatro cirurgias no dia 23 de setembro deste ano no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. As operações foram bem sucedidas.
Após acordar e deixar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o devoto disse ter visto a aura de Padre Antônio de Urucânia junto ao leito. Tentando sem êxito conter a emoção, Carlos Roberto lembrou, chorando, que o espírito do sacerdote esteve todo o tempo ao seu lado. “Durante todo o tempo eu o vi perfeitamente pairando sobre mim. A cada momento vivido, é um agradecimento que devemos fazer a Deus. Penso que na vida da gente, tudo é milagre”, professa.
O episódio fortaleceu a crença de Carlos. O morador do bairro Iguaçu, ele é grato à família e à equipe médica do cardiologista do HMC, Eduardo Taveira. “O trajeto da minha cirurgia foi um dia marcado pela minha recuperação com a vontade de viver, pela angústia, pelo sofrimento que tive aquele dia. Ouvia palavras desagradáveis, mas com a fé e a proteção que tinha sabia que nada poderia me ocorrer”, acrescentou.
Trajetória
Nascido em Guaraciaba, Carlos Roberto mora há 38 anos em Ipatinga, onde construiu a carreira e formou a família. A devoção a Padre Antônio começou ainda na infância. “Quando tinha quatro anos, eu não falava. Meu pai me levou à época a Urucânia, onde conheci Padre Antônio. Foi lá onde comecei a falar”, relembra.
A veneração pelo sacerdote leva o católico a visitar com frequência o Santuário em Urucânia, onde existe o túmulo do padre milagreiro. “Sempre que vou a Ponte Nova, passo por lá. Cinco minutos com Padre Antônio, como na oração, faz um bem muito grande”, concluiu.
 
As bênçãos de Padre Antônio de Urucânia
 
Há muitos anos, devotos desejam a beatificação de Padre Antônio Ribeiro Pinto, de Urucânia. Nascido em Rio Piracicaba, em 1879, o religioso ficou conhecido em todo o país na década de 1940, quando foram veiculadas as primeiras notícias relatando os milagres realizados por sua benção, dada por intercessão da Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças. Muitas curas aconteceram e foram registradas por jornais, rádios e revistas do Brasil e do exterior, que mantinham correspondentes em Urucânia para acompanhar o padre diariamente.
O sacerdote faleceu em 22 de julho de 1963, no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova. Ainda hoje seu túmulo é visitado por muitos fiéis no Santuário de Nossa Senhora das Graças, construção pela qual Padre Antônio lutou por muitos anos, em Urucânia.
Todo ano, a memória de Padre Antônio é celebrada no dia 22 de julho com missas no Santuário. Em 27 de novembro, desde 1947, festeja-se no município a Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças, onde milhares de fiéis rumam para o templo onde participam de missas durante todo o dia e uma procissão da imagem da santa que percorre as ruas da cidade.