02 de novembro, de 2012 | 00:00

Olho Vivo pode ser desligado em Timóteo

Com nove meses de pagamento atrasado empresa pode retirar equipamentos

TIMÓTEO – O sistema de segurança Olho Vivo de Timóteo está ameaçado. Há nove meses com pagamentos atrasados, a empresa responsável pelo sistema tenta negociação com a atual administração e, caso não haja acordo até a próxima semana, todos os equipamentos serão desligados e retirados do município.
O Olho Vivo foi lançado em novembro do ano passado, com um investimento inicial de cerca de R$ 700 mil por ano. O objetivo era monitorar e controlar os principais corredores de acesso ao município, começando com 27 câmeras e expectativa de ampliação de 25% após a primeira etapa, dependendo de análises da polícia.
Em entrevista por telefone, o diretor financeiro da Emive Segurança Eletrônica, Alexandre Costa Vieira, disse que, apenas nos três primeiros meses, a administração cumpriu com o pagamento. Posteriormente, não houve quitação e a empresa está há nove meses sem receber pelos serviços.
Na última quarta-feira (24), Alexandre Vieira esteve no município na tentativa de discutir com o prefeito Sérgio Mendes (PSB) uma solução. A conversa, no entanto só foi possível com o procurador do município Hamilton Roque e alguns secretários. “Tentamos negociar e eles nos pediram um prazo até a próxima semana. Mas se a prefeitura não efetuar o pagamento de segunda até sexta-feira (9), nós vamos retirar todos os equipamentos” declarou.
Investimento
O responsável pela Emive Segurança Eletrônica alega que foram investidos cerca de R$ 1,5 milhão para a implantação do plano de segurança, com abertura de linhas e instalação de antenas em locais de difícil acesso. O valor mensal da locação dos equipamentos Alexandre Vieira não quis revelar, mas, informou que só para manter os aparelhos funcionando são gastos R$ 28 mil por mês. Atualmente, são 29 câmeras espalhadas pelo município.
Silvia Miranda


câmera olho vivo
Execução

Caso o pagamento não seja efetivado na próxima semana, a diretoria da Emive pretende executar uma ação de cobrança contra a administração municipal de Timóteo, pois as negociações já se arrastam pelos últimos nove meses. “Estamos muito chateados porque houve um investimento muito grande e se a prefeitura não tinha verba porque então abriu a licitação” criticou.
Crise
Em nota, a Assessoria de Comunicação da atual administração informou que uma comissão do governo se reuniu com os representantes da empresa e, na oportunidade, foi apresentada a realidade financeira do município, cuja arrecadação está em queda e que o contrato de monitoramento será tratado como todos os demais contratos. “A Comissão de Secretários está elaborando uma programação de viabilidade de pagamentos. Na próxima semana, o representante do serviço de monitoramento voltará a se reunir com a comissão”, diz a nota.
Além da queda da principal Receita Orçamentária, a nota diz sobre a queda das transferências realizadas pelo Estado aos municípios relativo ao Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), tendo redução de 34% em 2011, em relação ao índice de 2010, que era de 1,02%, passando para 0,70%, correspondente uma redução na receita de R$ 22 milhões em valores de 2010. “Em 2012, a situação está bem pior, uma vez que o Valor Adicionado Fiscal de 2009 e 2010 formadores do índice para este exercício sofreu uma redução de 20%, reduzindo a participação para 0,55% sobre a arrecadação do ICMS do Estado, resultando em uma queda em nossa receita de R$ 12 milhões”.

Outro argumento para os problemas financeiros é a queda nas receitas das Transferências do Fundo de Participação dos Municípios, devido a redução do IPI de veículos e da indústria da linha branca. O Executivo afirma fazer uma gestão responsável voltada para a nova realidade, buscando equacionar as dificuldades orçamentárias.
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Equipamentos do Olho Vivo são furtados em Timóteo - 13/07/2012
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