31 de agosto, de 2012 | 00:02

Moradores reclamam de barulho e prejuízos

Trepidações causadas por linha férrea incomodam comunidade da Vila Ipanema

IPATINGA – Barulho e paredes trincadas têm sido cada vez mais comuns na casa de moradores das ruas próximas à linha férrea, no bairro Vila Ipanema. A terceira linha ferroviária da estrada Vitória-Minas, em operação desde 2009, tem causado transtorno e não teria sido amenizado mesmo com a construção de um muro de 7 metros, que separa a linha das residências do bairro.
Recentemente, um abaixo-assinado foi feito para que uma solução fosse adotada. Em ofício enviado no fim de 2011, a associação de moradores ponderou que as casas foram construídas antes da terceira linha, por isso não foram projetadas para suportar a vibração. A movimentação dos trens é constante, segundo moradores, e fica mais intensa à noite.
 
Segundo Maria de Fátima Alves, moradora da rua Santos, antes da construção do muro de isolamento acústico, só o barulho incomodava, o que hoje é somado à grande trepidação. “Eu deito no sofá e ele fica trepidando. A cada dia que passa a casa vai acabando. Na minha casa, ninguém consegue dormir, se a pessoa tiver insônia não consegue dormir, só com remédio. Para amenizar o barulho tive que trocar as janelas, porque era muito forte o ruído e trepidava demais”, relatou.
 
A moradora destaca que, além do trem, os maquinistas buzinam durante a noite, o que atrapalha ainda mais o sossego. “Nunca tive esse problema antes da terceira linha, mas agora, não temos paz. Eu já modifiquei algumas coisas na estrutura da minha casa, mas já pensou se minha casa cai?”, questiona.
 
Bruna Lage


casa trincada
José Eustáquio Marcelino, morador da rua Boa Viagem, por sua vez explica que a vibração da casa aumentou. “Há um tempo, a Vale nos apresentou um laudo dizendo que as trincas provinham de estruturas ruins, o que na verdade não existia antes dessa terceira linha. As estruturas das casas foram feitas sem preocupação com essa linha construída em 2008. Depois disso, tive que chamar um engenheiro e fazer um projeto de estruturação e gastei com isso, contraindo dívidas em empréstimos. Tive que fazer um reforço na minha casa e inclusive dobrei minha parede. E eu, que possuo dois imóveis no bairro, gastei em dobro”, lamentou.
 
Vera Lúcia Mendes, moradora da rua Gávea, também reclama das rachaduras, que aparecem no muro de sua casa. “A trepidação piorou nos últimos tempos, o que incomoda pra dormir, além de quebrar objetos de vidro. Recentemente, estava deitada com meu neto e começou a tremer a casa, parecia que ia desabar. Os porta-retratos que ficam em cima do aparador e da estante, tem que ficar deitados durante o período da noite, quando o trem passa com mais frequência, porque senão cai e quebra”, pontuou.
Posicionamento
A Vale informa que vai realizar um estudo para avaliar a existência e a intensidade de vibrações ocasionadas pela operação ferroviária na região. A expectativa é que o convênio seja firmado nos próximos meses e que o estudo entre em execução ainda este ano. Uma vez iniciado, o prazo para conclusão é de 15 meses. A empresa reitera seu compromisso com a segurança das suas operações, do meio ambiente e das comunidades nas quais está presente.
 
O QUE FOI PUBLICADO SOBRE O ASSUNTO

Vale reconstrói muro no Vila Ipanema - 09/12/2009
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