06 de junho, de 2012 | 00:00

Falta de mão de obra qualificada

Na região, função como a de consultor de vendas demora a ser preenchida

Wôlmer Ezequiel


Pedreiro

IPATINGA – O estudo sobre a Escassez de Talentos divulgado recentemente pelo ManpowerGroup, empresa de soluções em gestão e contratação de pessoas, aponta que um em cada três empregadores (34%) no mundo tem dificuldades para preencher cargos. No Brasil, 71% das empresas se queixam da escassez de talentos; em 2010 o índice foi de 64% e em 2011, de 57%.
De acordo com Rodrigo Gaiba, diretor da unidade Timóteo do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet), o fato é que boa parte dos técnicos não exerce a profissão na qual eles se formam na instituição e vai por outro caminho, o do ingresso no ensino superior. “Como nosso ensino é bem estruturado, os alunos adquirem boa base para tentar o ensino nas faculdades federais. O curso técnico acaba sendo uma ponte para eles adquirirem bagagem e não para trabalhar na área”, explica.
A pesquisa confirma o quadro da falta de técnicos. Entre os motivos mais comuns para os empregadores não preencherem as vagas está a simples falta de candidatos, que aumentou de 24% no ano passado para 33% em 2012. A falta de competências técnicas e habilidades mensuráveis, em particular a falta de qualificações específicas da indústria nas categorias profissionais e negociadores experientes, também ficou em 33%, acima dos 22% em 2011. A falta de experiência vem em seguida, com 24%.
Cenário
No Sine/Sindipa, as vagas que mais demoram a ser preenchidas são aquelas que demandam especialização específica, com exceção da área industrial. Faltam lanterneiros, marceneiros, pedreiros e consultor/representante de vendas.
No último domingo, as vagas divulgadas pelo Sine/Sindipa traziam 22 vagas para consultor/representante de vendas e uma para marceneiro, funções que figuram em 9ª e 2ª colocação no ranking nacional de falta de mão de obra, respectivamente. “O cenário de contratações atual é o oposto ao de há alguns anos em que faltava emprego e sobravam pessoas”, diz Riccardo Barberis, country manager do ManpowerGroup.
Já no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que disponibiliza cursos técnicos em Mecânica, eletrotécnica, segurança do trabalho, administração, entre outros, a procura pelo cursos é boa, mas deve crescer nos próximos meses, com a implantação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que é desenvolvido pelo Ministério da Educação, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com o diretor do Senai no Vale do Aço, Plínio Perruci, a previsão é que até o mês de agosto o programa chegue ao Vale do Aço. Atualmente, as unidades Senai possuem 1,1 mil alunos, e a previsão o número aumente com o funcionamento da unidade de Timóteo, que deve iniciar em julho com 40 alunos.
Para Plínio, a função do técnico é fundamental, pois atua no comando das equipes de trabalho e possui conhecimento para gerir e ser líder. O diretor do Senai destaca que existem diversas pessoas que cursam engenharia civil, por exemplo, e fazem cursos de aprendizagem de pedreiro e alvenaria, simultaneamente, porque querem aprender aquilo que não é ensinado no ensino superior. “Os alunos alegam que precisam saber fazer, para responderem por isso mais tarde, quando concluírem o ensino superior”, observou.
 
Brasil é o 2º da lista com maior dificuldades para preencher cargos
 
O trabalho sobre a escassez de talentos entrevistou 38.077 empregadores de 41 países nas regiões da Ásia (8.786), Américas (10.232) e Europa, Oriente Médio e África (19.059) no primeiro trimestre de 2012. No caso das Américas, os países incluídos foram Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México, Panamá, Peru e Estados Unidos.

O índice de dificuldade de preenchimento de cargos nessa região é de 41%. Mundialmente, os empregadores que enfrentam mais dificuldades para encontrar as pessoas certas para preencher cargos estão no Japão (81%), Brasil (71%), Bulgária (51%), Austrália (50%), EUA (49%), Índia (48%), Nova Zelândia (48%), Taiwan (47%), Panamá (47%), Romênia (45%), Argentina (45%), México (43%) e Alemanha (42%).

graffo empregos

 
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