05 de junho, de 2012 | 00:00
Obra depende de nova licitação
Conjunto habitacional no Córrego do Caçador está abandonado há quase dois anos
TIMÓTEO Em meio ao problema das invasões em terrenos públicos, onde inúmeras pessoas lutam pelo direito a moradia digna, uma obra inacabada chama atenção em Timóteo. O conjunto habitacional, com 84 moradias, no Córrego do Caçador, próximo ao bairro João XXIII, depende de uma nova licitação para ser reativado.
A placa da obra, já parcialmente tomada pelo mato, indica que a verba inicialmente destinada, de R$ 1.797.270,10, era para a expansão do bairro João XXIII por meio do programa Minha Casa Minha Vida”. Em fase de acabamento, as casas são vigiadas 24 horas por um servidor público, a fim de evitar invasões e depredações.
Cada moradia possui o padrão básico determinado, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, somando 39 metros quadrados.
Segundo o aposentado Jesus Ferraz Barbosa, 64, o projeto foi abandonado há quase dois anos e agora precisa receber adequações. Do jeito que foram erguidas, essas casas são precárias e não oferecem privacidade para os futuros moradores”, critica.
Para o aposentado, é lamentável a paralisação da obra, pois muitas famílias que residem próximas ao conjunto habitacional vivem em condições precárias e esperam por uma moradia melhor. Há muitas pessoas bem perto dessa obra vivendo em áreas de invasão, em condições precárias e elas precisam de moradias adequadas”, argumenta.
Paralisação
O chefe do Departamento de Habitação, Arístenes Giovanni de Menezes, justifica que a obra não foi abandonada, mas acrescenta que a necessidade de uma readequação do projeto tornou obrigatória a paralisação dos serviços. Assim que a atual administração assumiu, houve uma auditoria da obra e verificamos várias falhas no material utilizado e no modelo da construção”, pontua.
Ainda conforme o gerente da habitação, com as adequações a empresa responsável pela construção solicitou uma reavaliação nas planilhas orçamentárias. A empresa que executava a obra alegou que os preços estavam defasados, e o caso foi submetido ao departamento jurídico. No entanto, não houve acordo com a empresa e o contrato foi rompido”, explicou.
De acordo com Arístenes Giovanni, por se tratar de uma verba do governo federal, todos os procedimentos devem ser submetidos à Caixa Econômica Federal (CEF). A Caixa pediu novas planilhas com preços atualizados para a realização de uma nova licitação para conclusão das obras” informou.
As planilhas ainda estão em fase de correção, e a nova licitação só deve ocorrer quando os documentos forem aprovados pelo banco. A expectativa da administração é que a obra seja retomada em 30 dias, antes do início do período eleitoral.
Déficit
Para avaliar o demanda do déficit habitacional, a administração realizou um estudo quantitativo e qualitativo, para saber quantos moradores precisam de casa própria e quantos estão em situação de risco. O diagnóstico indicou que 2.221 famílias, no perfil dos programas sociais, precisam de uma moradia.
Para o gerente habitacional, o grande causador da falta de moradias é o relevo da região, que não permite tantos lotes planos e, por isso, não se enquadram nas exigências do Minha Casa Minha Vida. A administração tem feito todo o processo para combater o déficit de forma sustentável, e não construir moradias em locais que venham criar segregação” justificou.
Projetos
Para sanar o problema, o governo municipal espera ampliar o conjunto habitacional do Córrego do Caçador em até 284 moradias. Outro conjunto será erguido no distrito de Cachoeira do Vale, uma obra já licitada segundo a administração para a construção de 64 apartamentos.
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