18 de março, de 2012 | 20:24
Foi uma fatalidade”
Para o proprietário da Conenge, acidente na BR-040 foi resultado de um mal entendido do condutor do ônibus e não imprudência
Última atualização às 20h26
IPATINGA Desde a madrugada de hoje foi intensa a movimentação em frente à sede da Conenge, na rua Guaicurus, no bairro Iguaçu em Ipatinga.
Vários funcionários da empresa, de folga ou não, foram para o local, em busca de informações. Alguns deles, transtornados com a morte de amigos que conheciam há muitos anos, não escondiam o espanto.
Já fiz essa viagem a Paracatu pelo menos oito vezes e não vi risco algum. Como isso pode ter ocorrido?”, questionava um dos trabalhadores reunidos em frente ao portão da empresa.
Por volta das 11h40 o diretor proprietário da Conenge, Heleno Conte, recebeu a reportagem do DIÁRIO DO AÇO, da Rede Itatiaia de Rádio (Belo Horizonte) e Rádio Educadora, de Coronel Fabriciano, para relatar que há 15 anos a empresa transporta operários para atuar em operações industriais em Vitória, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e várias cidades mineiras.
Em Paracatu, Noroeste do estado, cidade localizada a aproximadamente 850 quilômetros de Ipatinga, a Conenge dava constantemente manutenção na mineradora de ouro Kinross. Essa foi a primeira vez que a viagem terminou em acidente.
Heleno Conte relatou ao DIÁRIO DO AÇO que a equipe que sofreu o acidente neste sábado tinha ido domingo (11) para mais uma atuação na mineradora. De dois em dois meses, eles param a planta e a empresa contrata nossa mão de obra. Levamos de 100 a 200 pessoas para esse trabalho. Esta era mais uma atividade. Dessa vez foi a semana toda de trabalho e a equipe voltava neste sábado”, relatou.
O empresário informou que, a partir da comunicação do acidente a empresa passou a dar total apoio às famílias, disponibilizando veículos para levar à Curvelo, onde estavam os corpos e os sobreviventes.
Questionado sobre a decisão do motorista da empresa, de fazer uma ultrapassagem, que seria perigosa, Heleno Conte disse que cansado o motorista não estava, pois ele foi no domingo, dia 11 e só fica com o ônibus, retornando com a viagem no sábado de manhã.
O que nós sabemos é que à frente do ônibus trafegava um caminhão de carvão. O condutor do caminhão de carvão viu que os batedores da carga que vinha em sentido contrário piscaram os faróis e ele então foi para o acostamento. O motorista do nosso ônibus achou que o veículo à frente encostou para ele ultrapassar. Foi fazer isso e deu de frente com a carreta com o excesso lateral, um tubo de aço. Esse tubo pegou a lateral do ônibus, onde viajava a maioria dessas vítimas”, detalhou Heleno.
Ainda segundo o empresário, a viagem era segurada. Os empregados tinham no mínimo dois seguros, de vida e de cobertura de acidentes com invalidez temporária ou permanente. Todos tinham carteira assinada.
Se a empresa pode, num momento trágico como esse, dizer que está tranquila, é em relação à legalidade dos contratos e dos seguros. As vítimas feridas e os familiares serão recompensados para reduzir a dor de perder uma pessoa ou por ter que ficar parada por um tempo”, enfatizou.
Inquérito
Em entrevista à Rede Itatiaia de Rádio na manhã deste domingo, o delegado regional de Curvelo, André Pelli, afirmou que a Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar as causas do acidente. "O motorista do ônibus foi para um hospital e está ainda em atendimento. Nossa prioridade é a liberação de corpos. Assim que ele for liberado será ouvido para a apuração de culpa, dele ou do outro motorista. Mas não vamos prejulgar os fatos", afirmou o delegado.
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