26 de fevereiro, de 2012 | 00:00

Tecnologia da informação avança na região

Crescente inovação de sistemas reflete no cenário empresarial do Vale do Aço


Wôlmer Ezequiel


Playlist Soluções


DA REDAÇÃO – O Brasil é o oitavo maior mercado do mundo em Tecnologia da Informação (TI). O setor evoluiu muito nos últimos anos e, hoje, o país é internacionalmente reconhecido por suas iniciativas nesta área. O sistema bancário brasileiro, por exemplo, é tido como um dos mais seguros e modernos do mundo, assim como o sistema de votação eletrônica. As indústrias nacionais têm hoje um nível de automatização e integração de processos comparável às nações desenvolvidas. Esse cenário tecnológico reflete também na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), com empresas que se destacam no segmento, alcançando mercados externos.

Dentre as empresas que ocupam destaque no cenário de avanços da TI na RMVA, a Digifarma, surgida no início da década de 90, se consolidou como conceituada desenvolvedora de sistemas integrados para farmácias.

Proprietário da empresa, o empresário Agnaldo Botelho Cardoso conta que, com formação técnica em computação, começou a trabalhar como instrutor de programação em Ipatinga. Seus alunos eram empresários de diversos segmentos, e ele percebeu a necessidade que tinham de softwares para gerir seus negócios. Nessa época, não se falava em automação de drogarias. E, a partir de um programa desenvolvido para um aluno, dono de uma farmácia, outras drogarias manifestaram interesse no produto. Com a crescente procura pelo software para drogarias, Botelho se restringiu a esse nicho de mercado.

“Aos poucos fomos expandindo às cidades em torno do Vale do Aço. Hoje a Digifarma está presente em 18 estados do território nacional, com mais de 2.500 farmácias utilizando nosso sistema”, enfatiza. No começo, o programa desenvolvia funções como controle de estoque, cadastro de clientes, contas a pagar e a receber. Mas o cenário mudou. Surgiu a necessidade de uma automação para o fisco tributário e a integração do software à internet. “Hoje toda a assistência é realizada ‘online’”, pontua.

Wesley Rodrigues


Digifarma


Outro empreendimento que deu certo é a Playlist Soluções, com matriz em Ipatinga. A empresa começou no ano 2000. Mas desde 1995, seu proprietário produzia sistemas para a automação de rádios. Atualmente, o software “Playlist Digital” atende emissoras de rádio em todo o território nacional e no exterior. O programa está presente em países como Angola, Portugal, Republica Dominicana, Chile e Argentina.

A Playlist Soluções começou a atuar no mercado com softwares administrativos, de programação comercial e musical ainda em DOS. A primeira versão do Playlist Digital surgiu em 1995, em 32 bits, desenvolvida ainda na versão beta do Windows 95. Desde sua primeira versão, o programa é desenvolvido com a ferramenta de programação Visual C++TM, o que permitiu construir um software estável.

Gerente de tecnologia da Playlist, João Marcello Costa, compartilha mais um avanço do negócio: este ano, a empresa irá expor na “NABShow”, feira que irá acontecer em Las Vegas (EUA) para expoentes em radiodifusão. “Pretendemos atingir o mercado latino e norteamericano”, pondera Costa.

Mercado ainda pouco explorado
Para o mestre em ciências da computação e professor do Cefet-MG em Timóteo, Leonardo Lacerda, a região do Vale do Aço é uma grande consumidora de tecnologia, mas ainda não se consolidou como produtora de TI. Ele argumenta que no cenário local as possibilidades de investimento nessa área são pouco exploradas. “O que temos na região, em muitos casos, são empresas de personalização de tecnologias – pegam uma tecnologia já pronta e disponível e a adaptam para uma necessidade específica de um determinado cliente”, pontua.

A importação de sistemas e automações desenvolvida nos grandes centros citada por Lacerda, configura a dificuldade de fixar na região profissionais egressos nas áreas de Tecnologia da Informação - deficiência também apontada por Marcelo Balbino, coordenador do curso de Engenharia da Computação da instituição. Balbino comenta que a maioria dos estudantes da área que aqui se forma, com um pouco de experiência que ganham, acaba por migrar para as capitais e cidades maiores, onde há mais vagas e melhores oportunidades de salário.

Wesley Rodrigues


Leonardo Lacerda


Leonardo Lacerda acredita que é possível alavancar a região para se tornar referência em produção de Tecnologia da Informação. Porém, para que esta realidade se concretize há uma cultura de mercado que precisa ser remodelada. Mudança esta que começa na valorização do profissional de TI local ainda em sua formação. “É necessário aproximar as relações universidade-empresa, viabilizando incubadoras tecnológicas - ambientes de empreendedorismo e pesquisa aplicada para os alunos”, observa.

Para o professor, as iniciativas dependem da integração de ações do poder público, da participação das universidades e escolas técnicas, bem como das empresas e siderurgias, defende Lacerda.
 
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