11 de fevereiro, de 2012 | 00:00

Ruas viram “cemitério” de veículos

Carros velhos e carcaças descartados em vias públicas de Ipatinga causam incômodo

IPATINGA – Encontrar sucatas e veículos abandonados pelas ruas do Vale do Aço não é tarefa difícil. Em vigor desde outubro de 2010, uma lei municipal proíbe o abandono de veículos em locais públicos em Ipatinga. Após receber várias reclamações, o DIÁRIO DO AÇO foi às ruas constatar a situação e deparou com 21 carros em situação de completo abandono somente nos bairros Iguaçu e Caravelas.
Há casos de carros e carcaças estacionados, inclusive, em avenida de grande circulação, a exemplo da José Júlio da Costa, entre os bairros Iguaçu ao bairro Ideal. Um caminhão destroçado, uma carroceria de carreta, e um “jeep” foram encontrados no local.
Na rua Diabase, esquina com a avenida José Júlio da Costa, uma Kombi aparentava abandono. Segundo um senhor que passava pela via, o veículo estaria estacionado há meses no local. Porém, o dono, ao perceber presença da reportagem, afirmou que o carro não está abandonado e que circula normalmente.

Sem emplacamento, com peças soltas e faróis quebrados, um Gol foi localizado na rua Cambebas, também no Iguaçu. Para os moradores, o proprietário é desconhecido. Outros três veículos foram encontrados na rua Caramuru, frente a uma oficina também desativada.
“É um grande incômodo. Todos os dias a rua está cheia de carros velhos. É difícil transitar com o carro por aqui, sem falar que não há lugar para estacionar”, revelou uma dona de casa na rua Icó, no bairro Caravelas, que preferiu não se identificar.
Procurado pela reportagem, o dono de três carros aparentemente abandonados nesta rua, Agnaldo Gonçalves, 42 anos, alegou que todos os veículos estão circulando e não estão abandonados.

Na rua Jundiaí, também no bairro Caravelas, foi encontrado outro veículo com aspecto de abandono. O dono, que não se identificou, alegou falta de dinheiro para consertar os defeitos do carro. Por precaução, retirou o volante e outras peças para não ser roubado.
A maior frota de veículos descartados neste bairro estava na rua Goiânia. Ao todo, seis veículos foram encontrados no momento em que a reportagem passava pela referida via.


Situação de abandono de veículos é alarmante
PARAÍSO – O abandono de veículos no bairro Veraneio, em Santana do Paraíso, configura uma situação alarmante. Na rua Salvador, na manhã de sexta-feira (10), a reportagem do DIÁRIO DO AÇO contabilizou 15 carros abandonados, além de “montes” de peças de automóveis e carcaças abandonadas em um terreno baldio de difícil acesso, tomado pelo mato.
“Essa situação existe há alguns anos. Nunca foi feito nada a respeito. O aparecimento de cobras, escorpiões e ratos é frequente. Esses dias encontramos uma cobra na sala de nossa casa”, desabafa Rafaela Silva, 19 anos, moradora da rua Salvador.
Na avenida Minas Gerais, em frente ao serviço de guincho “Socorro Paraíso”, mais carros e carcaças velhas descartadas. Uma mulher que preferiu não se identificar disse que os veículos acumulam água parada e são focos de doenças. “Há cerca de 8 meses um vizinho teve dengue hemorrágica”, lamentou.
Chevalier de Lima, mais conhecido como “Prachá” é o proprietário do serviço de guincho e da oficina responsável pelos carros na rua Salvador. Segundo ele, a prefeitura já o notificou e, “no máximo em 60 dias”, os carros serão removidos.
Na rua Aracaju, no bairro Vale do Paraíso, outros quatros carros velhos ocupam parte da rua sem asfalto. Uma moradora de uma casa próxima disse que o filho compra os carros para retirar peças que utiliza em sua oficina.
Resposta
A Prefeitura de Santana do Paraíso informou, por meio de nota, que fiscais da administração já estiveram no local por duas vezes, notificando o responsável e advertindo-o para sanar as irregularidades. Um processo já foi instaurado no âmbito da Procuradoria-Geral do Município. Além de multas, a empresa poderá ser processada na esfera judicial.
A administração esclarece, ainda, que após as notificações e multas, o proprietário da empresa que vem utilizando vias públicas como depósito de sucatas e ferro-velho poderá ter seu Alvará de Funcionamento cancelado. O pedido para o referido alvará já foi protocolado na administração, mas sua liberação depende da eliminação das irregularidades constatadas.