
24 de janeiro, de 2012 | 00:00
Mistério sobre donos do Choupana
Ex-membro de conselho deliberativo relembra os motivos que levaram o clube a falência
TIMÓTEO A identidade dos proprietários e verdadeiros responsáveis pelo antigo Clube Choupana, no bairro Santa Cecília, está envolvida em mistério. Em Timóteo faltam informações sobre quem é a pessoa ou grupo que há alguns anos adquiriu a área, com a finalidade de construir um condomínio residencial no local.
Enquanto o empreendimento não decola, o antigo clube virou um transtorno para os moradores do bairro Santa Cecília. A publicação no sábado (21) sobre o abandono do clube, movimentou os debates nas redes sociais. Antigos e atuais moradores de Timóteo manifestaram tristeza e decepção pela situação do Choupana, palco de grandes eventos no passado.
O Clube Campestre Choupana foi fundado em 1968 pelo pioneiro Expedito Marcolino. Chegou a ter mais de mil sócios e cerca de 30 funcionários. O clube mantinha várias atividades sociais, práticas esportivas, área de lazer, bailes e reuniões importantes.
O advogado e ex-vereador Moacir de Castro conta que atuou como secretário do Conselho Deliberativo do clube e sempre participou das atividades do Choupana. Segundo ele, vários fatores levaram à falência do clube, entre elas, a privatização da antiga Companhia Acesita retirando o desconto em folha dos ex-sócios. Nesta época, Timóteo já tinha ganhado outros espaços de lazer e com isso muitos sócios migraram para outros clubes do município”, explica.
Na tentativa de atrair novos sócios a diretoria do clube criou a chamada Cota Remida” que dispensava ao sócio o pagamento da taxa mensal de manutenção. Com isso a receita do clube caiu consideravelmente e sem recursos era difícil administrar tantas despesas”, relembra. Com os vários problemas financeiros e a queda no número de sócios, o antigo diretor e fundador do clube, Expedito Marcolino, entregou a direção do clube para uma comissão formada por sócios.
De acordo com Moacir de Castro, que também integrava essa comissão, o grupo não obteve sucesso devido à crise financeira já enfrentada pelo clube.
Uma segunda comissão foi formada na década de 90 sob a liderança de Maurício de Castro e neste período o clube já era alvo de uma execução do Instituto Nacional de Serviço Social (INSS) em cerca de R$ 600 mil. Na época a justiça avaliou a propriedade em R$ 380 mil e nós montamos uma defesa para que o clube não fosse a leilão”, contou.
A defesa do advogado resultou em uma nova avaliação que reconsiderou o valor do imóvel em R$ 2,8 milhões. O clube chegou a ir à leilão, mas não houve comprador e a comissão devolveu a direção do clube ao antigo diretor Marcolino. O fim definitivo do clube teria chegado com a convocação de uma assembleia onde ficou definido o encerramento das atividades da agremiação.
Dívidas
Uma consulta feita pela reportagem do DIÁRIO DO AÇO constatou que apenas no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) existem seis processos em tramitação, referente à execução fiscal em nome do Clube Choupana. O advogado Moacir de Castro relata que existem ainda outras dívidas referentes a processos trabalhistas, débitos com fornecedores, INSS e outros tributos que devem somar quase R$ 1 milhão. Até um lote dentro do clube estaria penhorado pela justiça trabalhista.
Solução
Devido ao montante em dívidas e a grande concorrência de áreas de lazer na região do Vale do Aço, Moacir de Castro acredita que seria muito difícil reerguer o clube. Mesmo os clubes ainda ativos da região encontram sérias dificuldades para manter o funcionamento, com todas as despesas e encargos trabalhistas”, avalia.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Leandro
20 de junho, 2024 | 02:44Já que o clube está jogado as traças, e ninguém faz absolutamente nada eu pago 200 mil na propriedade,isento de impostos estadual e municipal por 10 anos. E sem dívidas alguma.
Vamos fazer grandes negócios ali.”
Claudio Horacio
12 de janeiro, 2024 | 19:35Concordo em parte. O que acho que levou o clube à falência foi a abertura das cotas remidas. Nenhum clube sobrevive sem receita. Pensso assim.”
Iury Henriques Ferreira
30 de julho, 2021 | 16:18Eu conheço um dos donos do choupana.”